Javier Milei, o novo presidente da Argentina, começa seu mandato com amplo apoio dos jovens do país. Uma pesquisa realizada pela empresa de consultoria Reale Dallatorre, entre 22 e 27 de novembro, mostrou que 76% dos jovens de 16 a 25 anos têm uma imagem positiva de Milei, e 78,1% confiam que ele vai se sair bem no governo.
Esse apoio é resultado do perfil provocador e das propostas radicais de Milei para tirar o país da crise. O economista prometeu, durante a campanha, diminuir a inflação, reduzir os gastos públicos e o déficit fiscal, eliminar impostos e reformar o mercado de trabalho.
Para os jovens argentinos, essas propostas representam uma esperança de mudança. Muitos deles estão desempregados ou subempregados, e a inflação tem corroído o poder de compra de suas famílias.
“Foi um alívio que Milei ganhou, confio nele”, diz Samir Santa Cruz, de 21 anos, que trabalha como entregador de aplicativos de comida. “Quando Milei colocar a economia de volta nos trilhos, já tenho muitos negócios em mente. Tenho uma mente empreendedora”, diz o jovem.
Luna Block, de 20 anos, trabalha no quiosque de sua família em um terminal rodoviário, em Buenos Aires. Ela também é professora de educação física em uma academia e afirma que Milei “dá boas expectativas”.
“Minha situação econômica não é ruim, mas também não é a melhor. Espero que comece a trabalhar em suas propostas assim que tomar posse”, diz Luna.
“Se Milei cumprir 50% do que disse, já vamos estar mudando muito o nosso futuro”, afirma Franco Propato, de 23 anos, que trabalha em uma pequena loja de motos.
O governo de Milei terá um desafio enorme pela frente. A Argentina enfrenta uma inflação anual acima de 140% e uma pobreza que ultrapassa 40% da população.
Segundo Pablo Vommaro, coordenador do Grupo de Estudos de Políticas e Juventude da Universidade de Buenos Aires, 13% da população jovem está desempregada, e 20%, subempregada, números que quase duplicam a média geral.
O novo presidente terá que mostrar que suas propostas são viáveis e que podem levar o país a uma recuperação econômica. Se ele conseguir, terá o apoio de uma parcela importante da população, os jovens, que estão cansados da crise e buscam uma mudança.