Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais do governo Lula, em reunião com líderes da base governista no último dia 5 pede apoio para barrar CPMI sobre fraude no INSS. Mas Lula não disse que quem não deve não teme?
O governo Lula já não sabe mais onde buscar mecanismos para evitar a instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar o INSSão, um dos escândalos de governos Lula que poderá se tornar o maior da história do país, deixando o Mensalão e o Petrolão como “brincadeira de criança”.
Agora a ministra de recados de Lula, Gleisi Hoffmann, se reuniu com lideranças da base governista para pedir o apoio na tentativa de barrar a CPMI.
Evidente que para a esquerda, principalmente quando a coisa está chegando no colo de seu maior líder, cria-se um argumento fictício para livrar o chefe de mais um escândalo.
Desta vez, a desculpa da ministra, obviamente orientada pela alta cúpula petista, foi a de que a instalação da CPMI poderia atrapalhar a tramitação de projetos importantes para o governo nas duas Casas. O maior deles, de acordo com Gleisi, é o que trata da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que centraliza a política de segurança em Brasília. Como se o povo fosse burro, principalmente os aposentados que tiveram anos e anos sendo roubados pela máfia dos sindicatos com a conivência do ministro da Previdência, Carlos Lupi, aliado do PT de Lula.
Mas o interessante é que as redes sociais e a internet não perdoam e fomos buscar um vídeo de 1996 no programa do Serginho Groisman, antes de se tornar presidente, onde ele criticava ferozmente Fernando Henrique Cardoso e dizia ser totalmente favorável e apoiava as CPIs como instrumento de apuração e investigação. E disse: “Quem tem medo de CPI no Brasil é porque tem rabo preso”. Assista:
Motta resiste, mas oposição tenta emplacar a CPMI
Um dia depois da reunião de Gleisi com sua liderança, a oposição partiu para o ataque e, mesmo com a resistência de Hugo Motta, Presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que semana que vem vai protocolar o requerimento de abertura da Comissão Mista.
Isto porque na Câmara já existe um requerimento protocolado com um pedido de CPI para apurar os desvios no INSS, mas Hugo Motta (Republicanos-PB), insiste em afirmar que respeitará a fila com 12 comissões de inquérito já existente. Ora, que critérios se utilizam nessa Casa do Povo para dar prioridade a certas questões? Estamos falando de roubos de milhões de aposentadorias e pensões que prejudicaram mais de 6 milhões de pessoas que trabalharam a vida toda para terem uma aposentadoria tranquila.
Apesar de ser mais simples a instalação da Comissão Mista, bastando para isso que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), leia o requerimento para a criação do colegiado, isso se torna uma batalha de Titãs, já que Alcolumbre não manifestou nenhuma boa vontade, até o momento, de colaborar para a elucidação desses fatos gravíssimos que abalaram o país e anda muito próximo de Lula.
O que pode ser um atrapalho para a oposição, por outro lado, é que a demora nas definições pode fazer com que os parlamentares retirem suas assinaturas no apoio à CPMI a qualquer momento, o que dá espaço para o governo negociar com os parlamentares.
No entanto, um outro fator preocupa os parlamentares: Se retirarem as assinaturas, principalmente com as redes sociais fiscalizando no microscópio, podem não ser esquecidos ano que vem, ano eleitoral, e quer algo pior a um político do que perder seus votos?
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília