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Generais acusados de ser “bichinhos de estimação”, por ex-ministro

Ex-ministro Mário Frias diz que não existem combatentes destemidos na cúpula das Forças Armadas

Para ex-ministro os generais são valentes apenas contra subordinados, mas se curvam para políticos em troca de regalias e um “carguinho na máquina pública”

As declarações de Mário Frias por meio de suas redes sociais sobre a posição dos oficiais generais e seu envolvimento na política trouxeram à tona mais reflexões sobre o papel das Forças Armadas no Brasil.

Frias criticou abertamente o comportamento de oficiais de alta patente, afirmando que eles se comportam desde a formação como se fossem “bichinhos de estimação da elite plutocrata que domina o país”. O político questionou ainda a independência institucional das Forças Armadas. Ele também apontou a existência de uma suposta busca constante por cargos e privilégios, que estaria vinculada ao desejo de aceitação por parte das elites políticas e econômicas.

As condecorações questionadas e a falta de Transparência

No âmbito dessas críticas, um aspecto frequentemente discutido pelos meios de comunicação é a distribuição frequente de medalhas militares para políticos. As Forças Armadas, em especial a Marinha, têm concedido anualmente centenas de condecorações a parlamentares, magistrados e outras figuras públicas, mas raramente fornecem explicações claras sobre os serviços relevantes que justificam essas homenagens.

De acordo com investigações conduzidas por veículos especializados, como a Revista Sociedade Militar, as Forças Armadas têm resistido a divulgar os critérios para essas concessões. Em um caso notório, a Marinha alegou que as informações eram protegidas para preservar a “vida privada, intimidade, honra e imagem” dos condecorados. No entanto, tal argumento foi contestado, pois os atos decorrem de serviços supostamente relevantes para as Forças e, como tal, deveriam ser de interesse público.

Medalhas para políticos e impacto na Imagem Pública das Forças Armadas

A falta de clareza ganhou mais repercussão quando a Marinha mudou sua justificativa, declarando que as propostas de condecoração são descartadas após análise pelo Conselho da Ordem do Mérito Naval. Isso contrasta com informações fornecidas por militares da ativa, que afirmam que os documentos geralmente são armazenados em formato eletrônico e por ofício.

Essa prática já recorrente e até considerada tradicional levanta suspeitas de que as condecorações possam ser utilizadas como forma de angariar apoio político ou assegurar favores futuros para as Forças Armadas ou até para autoridades militares, que frequentemente são indicadas para cargos comissionados em estatais como Petronrás, eletronuclear etc.

A Relação entre militares e a política é cada vez mais conturbada no Brasil

As críticas de Mário Frias, feitas no mesmo dia em que um general de Exército foi preso, refletem uma tensão crescente entre o papel histórico das Forças Armadas e sua presença no cenário político contemporâneo. A constante aparição de militares em noticiários políticos, seja em cargos públicos, seja em episódios envolvendo acusações sobre atos ilícitos, tem contribuído para a deterioração de sua imagem como instituição apartidária.

Declarações do deputado federal Mário Frias com 440 mil visualizações no “x”

Alguns irão se chatear com o que vou dizer, mas é necessário que eu diga, para que possamos encerrar de vez uma das ilusões que nos aprisionam no debate político. Convivi com oficiais das mais altas patentes das Forças Armadas, eles são, via de regra e com raras exceções, bichinhos de estimação da elite plutocrata que domina o país. Toda a mística de combatentes destemidos é uma farsa, são, desde a academia militar, adestrados a terem um temor servil e quase religioso por cargos e títulos burocráticos. É uma casta oligárquica de segunda linha, deslumbrada com qualquer possibilidade dum carguinho na máquina pública. Vivem no próprio conto de fadas, em que o ego é massageado pelo exercício da hierarquia militar, o lugar seguro em que uma caricatura de autoridade é erguida através dos privilégios e da pompa militar. São muito valentes com subordinados, que não possuem meios de defesa contra arbitrariedades, mas são completamente servis aos que estão acima deles na burocracia estatal…

Revista Sociedade Militar
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