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Essa CPMI do INSS não pode terminar em pizza. Direita precisa se posicionar contra blindagem e espetacularização política

Carca de mais de 9 milhões de aposentados e pensionistas do INSS estarão ligados na instalação da CPMI do INSS no Congresso, já que Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado e do Congresso, mesmo contrariado, leu o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

Infelizmente, os aposentados roubados pela maior fraude já acontecida no Instituto terão que aguardar até agosto, quando terminará o recesso parlamentar de julho e várias formalidades deverão ser adotadas, como por exemplo, a indicação dos membros.

Alcolumbre segurou até onde deu para, supõe-se, dar fôlego ao governo Lula, mas a pressão foi grande demais e não viu outra alternativa a não ser tocar o bonde.

Nem blindagem do governo, nem a espetacularização das investigações servem ao povo brasileiro, que tem direito a toda a verdade sobre um esquema como o do INSS. As dimensões do escândalo do INSS – a duração do esquema, levado a cabo ao longo de três mandatos presidenciais; o valor total das quantias subtraídas; e a imoralidade gritante do desvio de dinheiro essencial para a sobrevivência de milhões de aposentados – justificam que esta investigação seja iniciada antes de qualquer outra CPI já protocolada na Câmara de Hugo Motta e que ele segura a sete chaves, como a CPI do Abuso de Autoridade.

Ao contrário do que disse o petista Jaques Wagner, vice-líder do governo no Senado, os parlamentares têm o direito e até o dever de colocar o instituto da CPI a serviço das investigações, complementando o que a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União já iniciaram.

E há muito a investigar: não somente o esquema em si, mas como foi possível que ele se perpetuasse por tanto tempo, como as tentativas de parar os sanguessugas das aposentadorias foram frustradas, e por que as fraudes dispararam no governo Lula, quando o dinheiro começou a jorrar com muito mais força nos cofres das entidades beneficiadas pelas autorizações criminosas. Como se deu o processo legislativo que acabou com a possibilidade de revalidações anuais dos tais descontos, a ponto de uma das entidades investigadas pelo esquema ter ajudado a redigir emendas a uma medida provisória? Por que, depois que o escândalo estourou, o INSS poupou um sindicato que tem entre seus dirigentes um irmão do presidente Lula, embora a entidade fosse a terceira em arrecadação com descontos de aposentadorias? Essas e outras perguntas exigem resposta.

No entanto, há o risco de a CPMI frustrar os brasileiros desde seu início. Afinal, há grandes possibilidades de a comissão ser presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), de triste memória. Aziz presidiu a CPI da Covid no Senado, em 2021, e ajudou a fazer dela um palanque político de desgaste do governo de Jair Bolsonaro (independentemente dos erros que ele possa ter cometido na condução do combate à pandemia). À frente daquela CPI, Aziz ainda permitiu a criação de tabus sobre temas como o tratamento precoce e vacinas, e ignorou casos como o estranhíssimo contrato assinado por governadores e prefeitos do Nordeste para aquisição de respiradores que jamais foram entregues. Ainda que a oposição ao governo Lula consiga emplacar um deputado do PL na relatoria da CPMI do INSS, Aziz poderia bloquear muita coisa se colocar sua lealdade ao governo acima do seu dever de investigar.

Portanto, que fiquem atentos os senhores parlamentares para a composição da CPMI. A Direita não pode permitir que se repita a mesma pirotecnia promovida pela esquerda na CPMI da Covid e lembrarem-se de que ano que vem teremos eleições majoritárias.

É preciso que todos os culpados paguem pelo que fizeram com os “velhinhos” do INSS e que os mecanismos sejam aperfeiçoados de modo que isso jamais volte a acontecer.

Aquele que pisar na bola será um sério candidato a ficar sem mandato até 2030.

Será que vão pagar para ver?

Da redação com informações Gazeta do Povo

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