**Por J.R.Guzzo – Gazeta do Povo
O governo Lula está metido, muito simplesmente, no maior espetáculo de corrupção do momento sobre a face da Terra; parecem desesperados para superar, em volume e sordidez, seus próprios roubos do Petrolão. Para não ir muito longe: o que começou como um assalto aos aposentados, na forma de descontos ilegais de “contribuições” em sua remuneração e no valor de R$ 6 bilhões, evoluiu para crimes em série num universo de R$ 90 bi. E o que faz o presidente da República diante dessa calamidade? Em vez de enfrentar o escândalo com alguma medida séria, ou pelo menos tentar punir algum dos culpados que estão na sua própria cozinha, “articula o governo”, como diz a mídia, para ir em cima do deputado Nikolas Ferreira.
O que o deputado fez no escândalo do INSS? Pela fúria somada do PT, dos 39 ministérios e até do ministro Sidônio, o homem da “imagem”, deveria ter roubado pelo menos uns R$ 85 daqueles R$ 90 bi. Mas não. O que Nikolas fez foi um vídeo arrasador de denúncia contra o ataque abjeto ao bolso dos cidadãos mais pobres, indefesos e vulneráveis do Brasil – esses que Lula explora há 40 anos. Mais uma vez, como aconteceu no miserável fiasco da taxação do Pix, o governo sentiu no fígado. O vídeo já passou das 140 milhões de visualizações, e esse tipo de número simplesmente tira Lula do sério.
“Como você pode desculpar-se de um roubo dizendo que o outro roubou primeiro que você? É puro Lula. Para fechar, ele fugiu da raia, mais uma vez. Em vez de estar aqui, cuidando da crise, ele foi se esconder em Moscou, misturado a um bando de celerados que estão à frente das piores ditaduras do mundo.”
O presidente e o seu governo não se conformam em ver Nikolas amassar, escândalo após escândalo, todo o seu bilionário esquema de propaganda com dinheiro público. O deputado, sozinho, vale mais que todos eles juntos em matéria de comunicação – a começar pelo fato de que diz a verdade em seu discurso, enquanto os outros roubam. Na ladroagem no INSS, os ministros, o Sidônio e todos os estrategistas-mores do governo, com o auxílio dedicado da mídia chapa-branca, se lançaram numa ofensiva múltipla e coordenada de “respostas” a Nikolas. Resultado: tiveram, talvez, 1% da audiência que o deputado obteve em seu vídeo.
Os fatos mostram, dia após dia, que o governo Lula realmente tornou-se uma caricatura – uma espécie de Justo Veríssimo coletivo, o político ladrão de Chico Anysio que ilustra tão bem o que há de pior na política deste país. O presidente fica fora de si quando vê Nikolas Ferreira, um garoto de 28 anos que saiu da favela de Belo Horizonte, é perseguido ferozmente pela mídia e tornou-se uma das principais vozes da direita brasileira, brilhar em cima dele. Mergulha, a cada chocolate que toma, numa fossa de inveja, rancor e despeito. Não lhe ocorre, nunca, que é ele quem está faltando com os seus deveres de presidente. Basta ver como se comporta em toda essa tragédia do INSS. Faz o exato contrário daquilo que deveria fazer.
Em vez de se dedicar em público à punição dos ladrões, ou pelo menos fingir isso, o presidente Lula colocou a máquina do governo a serviço das quadrilhas. A Advocacia-Geral da União, que no Lula-3 abandonou suas funções como órgão de Estado e passou a ser uma polícia pessoal do Palácio do Planalto, pediu que fossem excluídos do congelamento de bens dos suspeitos o irmão de Lula, envolvido com um dos sindicatos que roubou nos descontos, e uma “confederação” de invasores de terra. A partir daí, e mesmo com o máximo de boa vontade, o que se pode dizer em benefício dessa coisa que está aí?
Não foi só isso. Lula declarou, na frente de todo mundo, que a culpa da roubalheira é de “Bolsonaro” – uma mentira e uma estupidez ao mesmo tempo. A ladroagem começou em 2016, no governo Temer, e continuou no período Bolsonaro. Mas os volumes não tiveram nada a ver com a avalanche de dinheiro roubado nos últimos dois anos e meio – e o PT, acredite se quiser, derrubou um decreto que poderia ter eliminado a farra dos descontos.
Além disso, como você pode desculpar-se de um roubo dizendo que o outro roubou primeiro que você? É puro Lula. Para fechar, ele fugiu da raia, mais uma vez. Em vez de estar aqui, cuidando da crise, ele foi se esconder em Moscou, misturado a um bando de celerados que estão à frente das piores ditaduras do mundo – e para uma cerimônia de celebração da Rússia.
O poço fica cada vez mais fundo.
**J. R. Guzzo – Gazeta do Povo