Por mais que muitos não concordem, principalmente os candidatos que querem atingir seu objetivo de ocupar uma cadeira na Câmara Federal, a disputa no DF será acirrada e muitos serão apenas “Mulas”, como dizem pejorativamente os próprios presidentes de partidos, onde estarão concorrendo para carregar as “estrelas” dos grandes partidos
O número reduzido de concorrentes, por conta das modificações na Lei Eleitoral, levará os 206 candidatos a uma briga de foice no escuro. Desses 206, segundo especialistas em política eleitoral ouvidos pelo Portal, 198 deles não conseguirão votação suficiente para se eleger.
Evidente que nessa corrida desenfreada, aqueles que já dispõe de um mandato tem muito mais possibilidades de renová-lo pela estrutura montada que já possuem. Mas isso não é garantia de vitória, já que muitos “cagaram no pau” durante o exercício de seu mandato, esquecendo, inclusive, de seus eleitores com uma singela lembrança (e-mail, mensagem de zaps ou um simples cartão) no dia de seu aniversário. O eleitor fiel não esquece.
No meio dessa galera de 206 pretendentes, já com registro homologado no TSE, alguns vem com um poder financeiro capaz de buscar com um pouco mais de tranquilidade seus objetivos. Já outros, e é a grande maioria, sem nenhuma estrutura, sabem que não passarão de “Mulas”, sem chances de vitórias, mas que são capazes de agregar alguns votinhos, mesmo que poucos, e atrapalhar muita gente.
Sem coligações, partidos e candidatos terão que se virar
Nas eleições de 2018 os partidos podiam fazer as coligações. Essas eleições trazem mudanças e aquela ajudazinha de votos de legenda que favorecia a muitos acabou. Hoje o partido terá que se virar somente com seus próprios candidatos. Aqui em Brasília são nove candidatos dos quais três são mulheres, respeitando os 30% que a Lei exige.
Vamos falar um pouquinho dos partidos mais importantes na disputa.
No caso do PSD, do empresário Paulo Octávio, que também concorre ao GDF, a “estrela” é o seu próprio filho, André Kubitschek, desconhecido politicamente, mas que traz uma estrutura financeira de fazer inveja. Concorrendo com ele está a advogada Adriana Mangabeira, também dona de um magnífico patrimônio declarado ao TSE de mais de 77 milhões de reais, fora os 500 mil recebidos do Fundo Partidário, que mesmo assim terá dificuldades de bater o jovem empresário André.
No MDB, partido do qual o governador Ibaneis Rocha concorre à reeleição, a expectativa é que duas cadeiras possam ser ocupadas. Rafael Prudente, presidente da CLDF, vem fazendo um trabalho de construção de sua candidatura desde que assumiu o segundo mandato na Câmara Legislativa. Brigando pela segunda vaga Alírio Neto e Marli Rodrigues, da saúde, estão tete a tete. Dizem os especialistas que nessa briga Marli pode levar alguma vantagem, já que tem a seu favor o grande número de servidores da Saúde e o trabalho social junto a comunidades onde é bem quista.
Já no PL, partido de Bolsonaro e comandado no DF por Flávia Arruda, candidata líder nas pesquisas ao senado, provavelmente e mesmo com dois nomes fortes na cabeça, muito provavelmente não elegerá dois candidatos como imaginavam. A briga será feia entre Alberto Fraga e Bia Kicis e poderá se tornar pior ainda se Arruda, o ex-governador que concorre a uma cadeira federal, não tiver sua candidatura homologada pelo TRE-DF.
No Partido Progressista (PP), da vice-governadora na chapa de Ibaneis, Celina Leão, a pancada é muito maior entre três candidatos: Ronaldo Fonseca, Roney Nemer e a socialite Samantha Pflug Marques. Talvez a vaga de Celina, caso a federação e Ibaneis vença as eleições, poderá ficar sem ocupante. Os candidatos terão que gastar muita sola de sapato e poder de convencimento.
No PT, a coisa não anda tão bem como pensam muitos. A hegemonia de Érika Kokay nos últimos anos pode estar ameaçada. Mesmo assim a candidata tem um nicho muito forte, mas que não garante o absolutismo de conquistar a vaga. Porém, caso a justiça não defira a candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz, Érika corre o risco de aproveitar a polpuda aposentadoria da Câmara Federal. Um detalhe que deve ser observado é a federação PT/PV/PC do B. Lá, duas estrelas tem uma briga acirrada, Reginaldo Veras e Roberto Policarpo. A pergunta é: Será que conseguem convencer os eleitores a lhes dar um voto de confiança para se elegerem?
O Republicanos, do deputado Júlio César, também apresenta um quadro muito complicado. Achavam que poderiam eleger dois representantes facilmente, mas as estatísticas e os cenários mudaram. Hoje um nome dentro da legenda cresce consideravelmente, o do jornalista e apresentador de TV Fred Linhares. Se bobear, até Júlio César corre riscos e poderá voltar a pregar seus cultos na Igreja Universal.
Por fim, resumiremos aqui os demais partidos que correm por fora em busca de uma cadeira. O PSB de Rollemberg, considerado pelo eleitorado um dos piores governadores do DF, conta somente com o ex-gestor. Não existe uma nominata forte capaz de concorrer a uma cadeira. O PDT, de Leila do Vôlei, também é outro que muito provavelmente não atingirá o objetivo de colocar um representante na Câmara Federal, mesmo a candidata ao governo estar fazendo sua parte e pedindo votos para seus aliados e, diga-se de passagem, numa campanha limpa.
E claro, não poderíamos deixar de falar do PSDB, de Izalci Lucas. Amargando uma péssima colocação nas pesquisas eleitorais, muito provavelmente o senador, que ainda tem mais quatro anos de mandato, deverá voltar ao senado para fazer o que fez nos quatro primeiros anos de sua gestão: Oposição ao provável candidato reeleito ainda em primeiro turno, segundo as pesquisas e declarações do próprio presidente Jair Bolsonaro, Ibaneis Rocha.
Os demais candidatos, com toda boa vontade e desejos de representarem o seu eleitorado e ou suas categorias, na realidade apenas serão coadjuvantes numa constelação composta de “Reis e Rainhas”. Entendedores entenderão!
Que venha dia 2 de outubro…
Da redação,
Por Jorge Poliglota…