Depois da campanha de boicote desencadeada nas redes sociais, antes das eleições municipais, contra o PSD (Partido Social Democrático), de Gilberto Kassab e Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado, a legenda simplesmente despencou
Caciques do partido não acreditaram no poder das redes sociais. Desdenharam a opinião popular e o voto e o resultado foi massacrante. Das 51 prefeituras disputadas em segundo turno, apenas 10 delas terão representantes do PSD na disputa e assim mesmo com pouquíssimas chances de obterem a vitória. Veja abaixo:
- Belo Horizonte (MG): Bruno Engler (PL) x Fuad Noman (PSD) [R]
- Canoas (RS): Airton Souza (PL) x Jairo Jorge (PSD) [R]
- Caucaia (CE): Naumi Amorim (PSD) x Caetano (PT)
- Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD) x Cristina Gaeml (PMB)
- Londrina (PR): Tiago Amaral (PSD) x Professora Maria Tereza (PP)
- Olinda (PE): Vinicius Castello (PT) x Mirella (PSD)
- Piracicaba (SP): Barjas Negri (PSDB) x Helinho Zanatta (PSD)
- Ribeirão Preto (SP): Ricardo Silva (PSD) x Marco Aurélio (Novo)
- São José dos Campos (SP): Anderson (PSD) [R]x Eduardo Cury (PL)
- Uberaba (MG): Elisa Araujo (PSD) [R]x Tony Carlos (MDB)
*(R) – Concorrem à reeleição
Sem outra alternativa, a legenda resolveu “conversar” bigode a bigode” com Lula afirmando que o PSD só aceitará um casamento com o PT (Planalto) se for de “mãos dadas”. Ou o governo apoia Antonio Brito PSD-BA) na disputa para a presidência da Câmara ou ficará sem o apoio da sigla na possível reeleição de Lula em 2026.
Nos últimos dias, o Planalto iniciou uma operação para convencer o presidente da legenda, Gilberto Kassab, a embarcar no “projeto Lula 4”. Integrantes da cúpula da sigla, contudo, apontam “falta de reciprocidade”.
Nas palavras de um representante da sigla, Lula precisa “oficializar o casamento” e sinalizar apoio a Brito se quiser garantir o apoio oficial de Kassab e seus 877 prefeitos na próxima eleição presidencial. Caso contrário, a sigla tende a repetir a postura de 2022 e liberar seus filiados para apoiar ou não o petista.
Atualmente o PSD tem três ministros na Esplanada: Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). Em contrapartida, o partido integra a base de sustentação do governo no Congresso, entregando votos, principalmente na pauta econômica e fiscal. Por essa ótica, o atual acordo não contempla qualquer compromisso que ultrapasse um apoio à governabilidade no Legislativo.
Além dessa movimentação, Kassab faz parte da ala de aliados que aconselha o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a concorrer à reeleição em 2026. O presidente do PSD almeja ser o vice em sua chapa, mas ao manter Tarcísio no Estado, ele impede uma disputa direta com Lula e, assim, uma guerra entre seus principais aliados.
Mas segundo algumas conversas de bastidores, o problema não é só Kassab. Rodrigo Pacheco passou a ser uma pedra enorme dentro do partido, principalmente por não tocar adiante os pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal.
A oposição não dará tréguas, ainda mais aliada e afinada com o desejo popular que quer eliminar do cenário os candidatos às prefeituras que façam parte do PSD.
Situação complicada para Kassab administrar…