Em primeira agenda com população após 64 dias afastado, governador cita força de grupo político “de direita”
O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que vai “tirar o atraso” dos dias afastados, durante a primeira agenda pública com a população após a recondução ao cargo. Ele anunciou entregas ao lado de um grupo político de senadores a deputados federais, distritais e secretários.
Ibaneis cumpriu uma série de agendas na manhã deste sábado (18/3), no Recanto das Emas. “Fiquei 64 dias afastado do governo e vocês não sabem a saudade que eu estava de trabalhar. Tenham certeza que vamos tirar o atraso desses 64 dias”, declarou.
Vários parlamentares da base acompanharam o governador pela cidade, em um ato de simbólico de apoio. Ibaneis citou o gesto dos senadores e deputados como fundamental. “É nesse grupo de direita que vamos continuar fazendo o Distrito Federal prosperar. A época do atraso passou no DF, ficou nos governos de esquerda. Temos que tocar o pé no acelerador e fazer as entregas que o povo tanto quer”, cutucou.
Estiveram presentes nas agendas parlamentares como o senador Izalci Lucas (PSDB), deputados federais Julio Cesar (Republicanos) e Gilvan Máximo (Republicanos), deputados distritais Joaquim Roriz Neto (PL), Hermeto (MDB) e Jaqueline Silva (sem partido). Izalci comentou que Ibaneis “não poderia ficar afastado em uma canetada”.
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Na Avenida Ponte Alta, o governador visitou o Centro Olímpico e Paralímpico e entregou piscinas e um campo sintético.
Na Quadra 104, no Setor Hospitalar, o governador anunciou a licitação do projeto e da obra do Hospital do Recanto das Emas. “Vai ajudar muito na melhoria da saúde da cidade, área em que nossa secretária Lucilene vem fazendo um belíssimo trabalho”, disse.
O presidente Novacap, Fernando Leite, esteve presente no compromisso e detalhou a futura unidade de saúde. “O edital já está publicado, é um hospital moderno, com 100 leitos, licitação em regime moderno que propicia redução de prazos. O governador determinou que ele esteja pronto em 24 meses. Depois desse, ele quer mais três hospitais”.
Por fim, Ibaneis realizou a entrega do viaduto do Recanto das Emas e assinou uma ordem de serviço para restauração da DF-001.
Afastamento e retorno
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afastou Ibaneis do cargo, pelo prazo de 90 dias, em 8 de janeiro, data em que extremistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. A decisão foi confirmada em Plenário, pela maioria dos votos dos ministros da Corte.
Ao justificar o afastamento temporário do governador, Moraes afirmou que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.
A defesa de Ibaneis pediu a revogação do afastamento, no dia 9 de fevereiro, após Moraes liberar da prisão o ex-comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, também investigado. Segundo os advogados de Ibaneis, o governador “atuou concretamente, antes do dia dos fatos, para desmobilizar os acampamentos que se encontravam na frente dos quartéis”.
Sessenta e um dias após o afastamento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da revogação do afastamento de Ibaneis. Para a PGR, os elementos reunidos até aquele momento, no âmbito da apuração, não permitiam concluir que o retorno de Ibaneis ao cargo de governador impedia o curso da coleta de provas.
E, na última quarta-feira (15/3), Moraes autorizou que Ibaneis voltasse ao cargo de governador do Distrito Federal. O ministro afirmou que “não estão mais presentes os requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Penal para a concessão de medidas cautelares”.
“Diante do exposto, revogo a medida cautelar imposta a Ibaneis Rocha Barros Júnior, determinando seu retorno imediato ao exercício integral das funções do cargo de governador do DF”, escreveu o ministro do STF.
Moraes afirmou que os relatórios de análise da Polícia Judiciária “não trazem indícios de que [Ibaneis] estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências, fato também ressaltado pela defesa e pela Procuradoria-Geral da República”.
Com informações Metrópoles.com/Agência Brasília