Lançada oficialmente, a única caminhonete média produzida no Brasil recebe um profundo facelift que a melhora consideravelmente
Atualmente, no Brasil e no mundo, um segmento domina o mercado de veículos, o dos SUVs. Há cerca de 10 anos os utilitários esportivos começaram a crescer e “atropelaram” as mais variadas categorias, como de station wagon, hatches médios e, agora, de sedãs. No entanto, por aqui, um setor se mantém firme e forte, o de picapes.
As caminhonetes não só não sentiram os impactos da “avalanche” chamada SUVs, como estão surfando na mesma onda. No Brasil, a categoria é a terceira que mais emplaca, atrás apenas dos hatches compactos e, claro, dos utilitários esportivos. Para se ter uma ideia, em 2023, foram 402.982 unidades emplacadas, o que representou 18,5% de fatia do mercado.
Não para tanto, o segmento é um dos mais diversos do mercado, com modelos compactos, intermediários, médios e grandes. Oficialmente, são 25 representantes, sendo a de médios com o maior número de concorrentes. Sempre em evolução, a categoria acaba de presenciar uma profunda atualização, da vice-líder Chevrolet S10.
Dentre as oito representantes das médias, a caminhonete americana é a única produzida no Brasil. Apesar de não ter recebido uma nova geração, ela passou por um grande facelift, com foco no visual, lista de equipamentos e conjunto mecânico. O destaque, mais uma vez, é a topo de linha High Country, que tivemos o segundo contato, este maior, e que agora apresentamos as “Primeiras Impressões”.
Os preços
No lançamento oficial da picape, realizado entre Brasília e a bucólica cidade de Pirenópolis, no interior de Goiás, tivemos um contato maior com a High Country e seus R$ 302.900. Um ponto interessante é que, mesmo superando os R$ 300 mil e tirando a Fiat Titano (R$ 259.990 – que tem uma proposta diferente), ela é a menos cara das top de linha.
As duas principais rivais, Toyota Hilux e Ford Ranger, contam com versões esportivas com valor bem acima das demais. Tirando essas opções, a japonesa bate em R$ 334.890 e a americana em R$ 349.990. Além delas, Nissan Frontier (R$ 321.950), Mitsubishi L200 (R$ 319.990), Volks Amarok (R$ 340.690) e Jeep Gladiator (que apesar de super off-road, tem porte de média e seus R$ 499.990), são mais caras que a S10.
Muito cromo
Como falamos com frequência, gosto é algo pessoal e design está muito atrelado a isso. A Chevrolet S10 passou por uma boa atualização no visual, por todos os lados. Na dianteira, a grade passa a ser bipartida, os faróis estão mais afilados e ela ganha um grande skid plate no para-choque, que foi redesenhado. Mas um item chama a atenção, o cromado.
A High Country conta com o material brilhante na grade (na opinião deste que vos escreve, chega a ser exagerado), nos frisos das janelas, maçanetas, capas dos retrovisores, no skid plate frontal e nas pontas do para-choque traseiro. A versão que tivemos contato ainda contava com um friso cromado nas portas, que é acessório.
Na traseira, a tampa da caçamba também foi redesenhada e, agora, conta com o nome da marca em baixo relevo (a unidade que testamos contava com um acabamento também cromado), além disso, ela conta com sistema de compensação de peso, o que deixa a peça super leve, facilitando a abertura e o fechamento.
Ela ainda conta com estribo tipo plataforma, rack de teto e, como desde o lançamento da versão em 2015, com santo antônio exclusivo e com acabamento diferenciado para a capota marítima, que vem de série, mas há diversas opções diferentes como acessório.
Por dentro a mudança foi grande também. Todas as versões da S10 agora contam duas telas digitais, uma de 11 polegadas para a nova central multimídia e outra de oito para o painel de instrumentos. Além disso, bancos e forros de porta foram redesenhados e passaram a contar com acabamento bicolor. O acabamento está primoroso também.
Além de tudo bem encaixado, não há rebarbas e ela ainda conta com detalhes que imitam fibra de carbono. Outro ponto positivo é que, nos forros das portas e no painel, partes das peças plásticas de maior contato foram cobertas com couro, deixando o toque mais confortável. O espaço interno continua igual, mesmo cinco adultos conseguem viajar com certo conforto.
Quase o 10
A Chevrolet também melhorou bastante a lista de equipamentos da S10, entre novidades e itens que já existiam, a High Country vem com seis airbags, alertas de colisão frontal, saída de faixa e tráfego cruzado traseiro, monitoramentos de pressão dos pneus e de ponto cego, controles anticapotamento, de oscilação de trailer, reboque, estabilidade e tração.
Faróis full LED e com regulagem de altura, frenagem automática de emergência com detecção de pedestres, assistente inteligente de frenagem, protetor de cárter, assistentes de partida e descida em rampa, retrovisor eletrocrômico, piloto automático, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré.
Na parte da comodidade, ela conta com banco do motorista com regulagem elétrica, sistema OnStar, a central multimídia tem conexão sem fio para smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, wi-fi embarcado, partida por botão e remota pela chave, que é sensorial, ar-condicionado digital, carregador para celular sem fio e capota marítima.
Mesmo na versão topo de linha, a S10 não tirou nota máxima na lista de equipamentos de série. Para isso, ela precisava contar com mais poucos itens, como ar-condicionado dual zone, piloto automático adaptativo e, o mais absurdo de todos, protetor de caçamba, que só é adquirido nas concessionárias da marca.
Melhorado
Além do visual e da lista de equipamentos, o conjunto mecânico da S10 também foi atualizado. Apesar da marca de ter mantido o conhecido 2.8 Duramax, ele foi reprogramado e, agora, gera 207 cavalos e 52kgfm de torque. A caixa de força está aliada à novíssima transmissão automática de oito velocidades, direção elétrica e tração 4×4.
O sistema de suspensão também foi recalibrado e está muito mais confortável, seja em vias com asfalto, de terra ou até mesmo com calçamento, como é bem comum em Pirenópolis. Mesmo para quem vai no banco traseiro a viagem está mais cômoda. A S10 praticamente eliminou o quique natural visto em picapes.
A S10 já era uma picape de muita força, mas está ainda melhor. Na estrada ou na cidade, ela atende de forma super positiva. As manobras são feitas de forma fácil e com segurança. De retomadas e saídas em velocidade a ultrapassagens, tudo é feito com mínimo esforço. Mesmo maior, o câmbio atua muito bem também, com trocas precisas e sem trancos.
Como de costume, a já conhecida direção elétrica assistida deixa o volante firme em alta velocidade e super leve em baixa, principalmente em manobras de estacionamento. Durante o lançamento, passamos por vias de terra pouco acidentadas, mas o suficiente para mostrar que o sistema 4×4 está ainda melhor, atuando bem na distribuição de força.
A opinião do Diário Motor
Como vimos no primeiro contato que tivemos com a nova S10, durante a divulgação da pré-venda na ExpoLondrina, no Paraná, a picape evoluiu bem, mesmo não se tratando de uma nova geração. A lista de equipamentos teve um salto de qualidade, apesar dos pequenos deslizes, o visual foi bem atualizado e o conjunto mecânico está ainda melhor.
Focando na versão topo de linha, a High Country, ela mostra o porquê da S10 ser uma concorrente de peso em uma das categorias mais importantes do mercado brasileiro. Apesar de superar os R$ 300 mil, ela tem um preço agressivo perante a concorrência, principalmente para as duas maiores rivais (Hilux e Ranger). Para quem procura uma picape média, vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 2.8 diesel
Potência máxima: 207cv
Torque máximo: 52kgfm
Transmissão: automática de oito velocidades
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e Feixe de molas semi-elípticas na traseira
Freios: a disco na dianteira e tambor na traseira
Capacidade de carga: 1.044kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.831 x 1.874 x 5.361 x 3.096mm
Preço: R$ 302.900
Diário do Poder