Mesmo tendo a deputada e ex-ministra Flávia Arruda (PL) já declarado oficialmente que marchará ao lado do governador Ibaneis Rocha (MDB) rumo à reeleição e que virá candidatíssima ao senado, parece que o partido Republicanos, da ex-ministra Damares Alves, não se conformou e tenta a todo custo emplaca-la ao senado
Fontes internas do partido ouvidas pelo Portal Opinião Brasília disseram que o desejo do partido é indicar nomes para a vaga de vice-governador na chapa do emedebista Ibaneis Rocha, candidato à reeleição. Isso pode estar cheirando uma chantagem política que, com toda certeza, Ibaneis não permitirá e Flávia não se demoverá do acordo firmado ainda no ano passado de vir ao senado federal.
Ibaneis tem 12 partidos em sua base de apoio e já deixou claro que só resolverá isso em junho. Os partidos que apoiam a chapa têm liberdade para apresentar nomes. Os Republicanos afirmam que Damares não é uma prioridade para a vice-governadoria do DF e que disputará sim o senado federal pelo DF.
Wanderley Tavares, presidente do partido e do Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev-DF), apesar de ter afirmado que os partidos marcharão coeso em torno da reeleição de Ibaneis Rocha, parece que está mudando de ideia. A insistência em evidenciar o nome de Damares leva a uma suspeita de que a história pode ser outra.
Ibaneis segue tranquilo. O governador já deixou bem claro que até junho os partidos têm o tempo necessário para apresentarem os nomes. A escolha caberá a ele.
Damares pode estar sendo negociada como “moeda de troca”?
A ex-ministra Damares Alves se filiou ao Republicanos no último dia 28 de abril. Mas o que ela não esperava é que pode estar sendo tratada como moeda de troca pelo presidente da legenda local, Wanderley Tavares.
Tavares quer impor a todo custo a candidatura da ex-ministra ao senado e numa declaração ao colunista Ricardo Noblat, do Metrópoles, disse que se Flávia, ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, quiser disputar o mesmo cargo, terá que conversar.
Flávia tem o apoio irrestrito de Jair Bolsonaro ao senado pelo Distrito Federal. Um palanque de Ibaneis e Flávia no DF, mesmo com todo respeito a ex-ministra Damares, não pode ser comparado. A densidade eleitoral de Flávia no DF dá uma segurança muito grande ao presidente na formação de seu grupo político de apoio dentro do Senado Federal. No velho jargão, Damares “está chegando agora e não pode sentar na janela”, como quer o presidente de seu partido no DF, Wanderley Tavares.
As últimas declarações de Wanderley Tavares têm causado desconforto e constrangimentos às duas ministras bolsonaristas, que são muito amigas. Isso se estende a alguns filiados do partido que concorrerão à Câmara Federal, como o atual deputado federal Júlio César e Gilvan Máximo, secretário de Ciência e Tecnologia do DF.
A verdade é que o presidente Bolsonaro não está nada satisfeito com a situação. Fontes ligadas ao Palácio do Planalto nos informaram que isso acaba por desgastar um trabalho prévio e estrategicamente estudado. “Flávia deixou o ministério para concorrer ao senado, com as bênçãos do presidente Bolsonaro, e isso é fato”, disse a fonte. Seria um recado a Wanderley?
Nos bastidores comenta-se que existe por trás dessas atitudes de Wanderley um sonho de consumo. Quem não se lembra do saudoso Jofran Frejat (PL) nas eleições de 2018? Frejat estava disparado na frente rumo ao Buriti, mas a tentativa de Wanderley de emplacar seu irmão, o pastor Egmar Tavares, como vice-governador, não foi aceito pelo médico que se “emputeceu” e largou tudo por não aceitar chantagens. Em 2018 não colou e, pelo que se conhece de Ibaneis, agora também não colará.
E agora? Será que a história está querendo ser reescrita? Vai saber…
Por Poliglota, jornalista editor chefe do Portal Opinião Brasília