Se tem um mal que acaba com esse país hoje, esse mal se chama “Centrão”. Mas você sabe o que é o Centrão? Vamos lá…
O Centrão não é um partido nem uma ideologia formal, mas um bloco informal de partidos e parlamentares que atua de forma pragmática no Congresso Nacional. Sua principal característica, hoje como no passado, é a busca por poder, recursos e influência, independentemente de quem esteja no comando do Executivo.
O que é o Centrão hoje
Atualmente, o Centrão reúne partidos de médio e grande porte — como PP, Republicanos, União Brasil, PSD, MDB (em parte) e outros — que não se orientam por um projeto ideológico claro, mas por conveniência política. Esses grupos costumam apoiar governos de esquerda ou de direita conforme as vantagens oferecidas.
O Centrão é decisivo porque:
- Controla grande número de votos no Congresso
- Ocupa postos estratégicos (presidências de comissões, relatorias, Mesa Diretora)
- Atua como fiador da governabilidade, mas cobra caro por isso
Seus reais interesses
Os interesses do Centrão são essencialmente práticos e imediatos, entre eles:
- Controle do orçamento
Acesso a emendas parlamentares, verbas discricionárias e fundos públicos é central. O chamado “orçamento secreto” foi a expressão mais clara desse poder. - Cargos e influência administrativa
Ministérios, estatais, autarquias e superintendências são moedas de troca para ampliar poder regional e político. - Proteção política
Apoiar ou enfraquecer governos conforme a conveniência, inclusive blindando aliados de CPIs, cassações ou investigações. - Sobrevivência eleitoral
O foco não é um projeto nacional de longo prazo, mas manter bases eleitorais abastecidas com recursos e visibilidade.
Relação com governos
O Centrão:
- Não governa, mas condiciona quem governa
- Não derruba governos por princípios, mas por perda de espaço
- Não é oposição nem situação fixa, é circunstancial
Governos que tentam ignorá-lo enfrentam bloqueios; os que se submetem, cedem parte do controle político e orçamentário.
Em resumo
O Centrão é hoje o verdadeiro fiel da balança do poder em Brasília. Seu compromisso não é com reformas estruturais, ideologia ou interesses coletivos amplos, mas com:
- Poder
- Recursos
- Influência
- Continuidade política
Enquanto o sistema eleitoral e o modelo de governabilidade permanecerem como estão, o Centrão tende a seguir sendo menos um ator programático e mais um operador do poder, adaptando-se a qualquer governo — desde que o preço seja pago.
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília





