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Cappelli é acusado de usar estrutura paralela da ABDI em pré-campanha no DF

Denúncias indicam que servidores e contratados atuavam em ações de autopromoção e monitoramento digital

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pré-candidato ao Governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli (PSB), é alvo de acusações envolvendo o uso de uma estrutura paralela de comunicação para fins eleitorais.

Segundo relatos de ex-integrantes da equipe e mensagens internas obtidas pela reportagem, um grupo comandado pelo gerente de marketing da ABDI, Bruno Trezena, seria o responsável por um suposto “bunker político” no Setor Comercial Sul, em Brasília.

O local, uma sala no Edifício Ariston, abrigaria um núcleo dedicado à produção de conteúdo, interação com eleitores nas redes sociais e ataques a adversários políticos, prática que pode configurar campanha antecipada e uso irregular de estrutura pública.

Mensagens trocadas entre integrantes do grupo revelam uma rotina intensa e detalhadamente controlada. Em orientações enviadas por Ana Cardoso, apontada como assistente direta de Trezena, são listadas regras de conduta e produtividade:

  • responder 70 comentários e 10 publicações por dia nas redes sociais;
  • enviar 60 mensagens e realizar 30 ligações via WhatsApp;
  • seguir um “padrão de respostas humanizado”, com uso controlado de emojis e correção gramatical rigorosa.

“Atenção aos horários de trabalho! Qualquer mudança precisa ser avisada com antecedência. Sejam responsáveis, quanto mais demonstrarem que estão prontos pra fazer as coisas à distância, mais fácil conseguirmos implementar um sistema dinâmico”, diz um dos trechos das mensagens.

O cuidado em manter a imagem do pré-candidato nas interações virtuais também era mencionado:

“O Cappelli é jornalista, não podemos ter erros de português”, alertava outro trecho.

De acordo com as denúncias, cinco celulares e cinco notebooks teriam sido adquiridos recentemente para uso exclusivo do grupo, simulando a presença digital do próprio Cappelli nas redes.

Os vídeos publicados em perfis oficiais seriam distribuídos via grupos de WhatsApp internos, de onde partiriam respostas e comentários assinados como se fossem do candidato.

Além das tarefas virtuais, o grupo também era orientado a enviar mensagens em massa a simpatizantes e grupos políticos, ampliando o alcance da comunicação pessoal de Cappelli.

Denúncias e supostos abusos

Ex-integrantes da equipe relataram demissões sem aviso prévio, ausência de registro em carteira e atrasos nos pagamentos:

Os depoimentos apontam que o clima dentro do grupo era de medo e retaliação.

“O Cappelli é vingativo. Os caras vão perseguir. Eles têm medo de aparecer”, disse outro ex-colaborador.

A reportagem foi feita pelo portal Diário do Poder que tentou contato com Ricardo Cappelli e Bruno Trezena, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

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