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Bolsonaro desabafa e diz: “Se eu continuar inelegível jogo a toalha e vou cuidar da minha vida”

Num misto de revolta e de desabafo, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista à rádio Auriverde Brasil hoje, 16, e soltou o verbo, após entrevistas do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que vão de encontro aos ideais de membros do partido.

O caldo entornou quando Valdemar disse numa das entrevistas, à rede Globo News, que o candidato preferido para 2026 era o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Bolsonaro afirmou que em hipótese alguma admitirá continuar inelegível até 2026, e que ele será o candidato da direita. Se isso não acontecer, por pura perseguição, ele jogará a toalha e irá cuidar de sua vida.

Inelegível por quê? Perseguição Política

“Que voto eu ganhei ao me reunir com os embaixadores? Outra… que abuso de poder econômico foi eu estar no carro de som do pastor Silas Malafaia? É uma perseguição. Se isso for avante, essa inelegibilidade continuar valendo, eu jogo a toalha, não acredito mais no Brasil, no meu pais que tanto amo e adora”, disse o ex-presidente.

“Realente é inacreditável. Se isso continuar valendo, eu só tenho um caminho: cuidar da minha vida”, declarou. Para o ex-presidente da República, ele é alvo de uma perseguição do TSE e as duas declarações de inelegibilidade pela Corte ocorreram para, na visão dele, afastá-lo das eleições de 2026.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi declarado inelegível em duas ações no Tribunal Superior Eleitoral em 2023. Na primeira, Bolsonaro foi condenado por abuso de poder econômico em função de uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada; na outra, o TSE entendeu que o ex-presidente foi beneficiado do desfile cívico-militar de 7 de setembro de 2022 quando subiu num carro de som patrocinado pelo Pastor Silas Malafaia.

Deputados acusados de corrupção tem que ser expulso

O ex-presidente também defendeu a expulsão dos deputados federais Pastor Gil e Josimar do Maranhãozinho, denunciados por corrupção, ambos do PL. “Não mando em nada aqui, mas não tem clima do nosso pessoal permanecer no partido, se passam a mão na cabeça de marginais”, falou. “Esses deputados continuando no partido, a gente não tem como realmente falar que o PL é um partido diferente.”

Ele pareceu responder a declarações de Valdemar Costa Neto ao jornal O Globo, publicadas nesta quarta (16). “Há lugares no Brasil, como no Maranhão, onde não há esquerda e direita. Há gente com fome. Vamos ter de trazer esse pessoal para ganhar a eleição. Trazer não é difícil. O duro é o Bolsonaro e o pessoal da extrema direita aceitar. Eles não querem”, disse o chefe da sigla. “Vai encontrar bolsonarista onde no Maranhão?”

“Ah não tem bolsonarista lá. Quer dizer que não tem pessoas honestas no Maranhão?”, rebateu Bolsonaro. “Temos como fazer no Maranhão quatrocentos deputados federais que vão orgulhar o estado, o partido e o Brasil. Eu não posso entender alguém falar […] que não tem bolsonarista no Maranhão“.

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