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Barroso saiu do STF, mas não sem antes votar contra os nascituros

Antes de se aposentar, antes de apagar as luzes do seu gabinete e de recolher os papéis das gavetas, o agora ex-ministro Luís Roberto Barroso encontrou tempo para dar uma cotovelada nos fetos, votando a favor da ADPF 442, que legaliza o aborto até a 12ª semana de gravidez. Agiu rigorosamente igual à também ex-ministra Rosa Weber.

Já que é um homem tão convicto, já que tem uma posição tão clara e lógica sobre a questão, por que não a encarou ao longo dos dois anos em que foi presidente da Corte? Ao contrário, preferiu o ato furtivo. Sua postura, bem como seus argumentos, o revela na inteireza. Barroso resolveu dar uma lição de iluminismo usando uma agulha de curetagem como vareta.

“Barroso não quer pacificação: quer é obrigar todos a engolirem sua visão de mundo, inclusive sobre aborto. Como um progressista nato, ele se acha detentor de uma razão superior. A sociedade, por sua vez, seria bronca, inculta e incapaz de debater o assunto como ele, sempre tão evoluído”

“Ninguém duvide: se os homens engravidassem, aborto já não seria tratado como crime há muito tempo”, escreveu Barroso. O que vai aí passa longe de uma leitura jurídica. Não é nem mesmo sociologia barata. É só uma frase de efeito, indigna de um magistrado, mas completamente compatível com o panfletarismo arrogante de Barroso.

Durante uma entrevista ao programa Roda Viva, Barroso disse que o Brasil não estava pronto para enfrentar a temática do aborto e que “julgar essa matéria, nesse momento, colocaria um grau a mais de uma discórdia numa sociedade que a gente está querendo pacificar”. Mas Barroso não quer pacificação: quer é obrigar todos a engolirem sua visão de mundo, inclusive sobre aborto. Como um progressista nato, ele se acha detentor de uma razão superior. A sociedade, por sua vez, seria bronca, inculta e incapaz de debater o assunto como ele, sempre tão evoluído, tão acima de todos os demais.

Por “não estar pronta”, leia-se que a população “não deseja”, isto sim, a alteração da legislação vigente. Segundo uma pesquisa Ipsos-Ipec do último mês de julho, a rejeição ao aborto subiu no Brasil de 68% em 2022 para 75% em 2025. Ao contrário do que pensa o ex-ministro Barroso, o entendimento da sociedade sobre aborto é mais do que lastreado, e não apenas em valores e crenças religiosas. Parte da estratégia dele e de outros que desejam a legalização do procedimento é reduzir a posição contrária da maioria a uma mera caricaturização, com o objetivo de deslegitimá-la.

A ADPF em que votou Barroso é de autoria do PSOL, que faz do aborto uma bandeira permanente sob a justificativa de supostamente preservar o direito das mulheres. Como o partido não consegue formar maioria para debater o assunto no Congresso, que reflete o pensamento da maioria da população sobre a questão, prefere a judicialização, recorrendo ao STF como uma espécie de bancada suplementar. Quem não está “pronto” para o debate sobre o aborto é Barroso e a esquerda, até porque sabem que, seguindo o rito democrático, vão perder.

Com informações Gazeta do Povo

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