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As máscaras vão cair (Eliezer Guedes)

Por Eliezer Guedes

A máscara é um adereço utilizado para cobrir o rosto de uma pessoa e tem diversos propósitos dentro do contexto em que possa estar inserido. Ela tanto pode ser utilizada para propósitos lúdicos, religiosos, sanitários ou até para esconder o verdadeiro eu.

As máscaras foram utilizadas inicialmente pelos gregos nas festas de Dionísio e depois foram incorporadas no teatro romano.

Na dramaturgia romana, as máscaras eram confeccionadas em cera, para que o ator pudesse incorporar a personagem que representava. Então, enquanto o ator representava, ele fazia uso da máscara de cera, ou seja, ele estava com cera e, ao encerrar o espetáculo, ele despojava-se de sua máscara e ficava “sine cera”, isto, sem cera. Daí a origem da palavra sincera, ou seja, sem máscara, genuína.

Nas revistas em quadrinho e nos filmes antigos, os vilões e os super-heróis faziam uso das máscaras para esconder a sua identidade para não serem reconhecidos por aqueles que os viam.

Com o advento das peças teatrais, das novelas e do cinema, os artistas passaram a adotar um nome artístico para representar uma eterna personagem e preservarem os seus nomes originais e, dessa forma, o seu nome fantasia passou a ser a sua máscara de identidade.

Com o surgimento da pandemia da Covid 19, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orientou os países a fazerem uso de máscaras que cobrissem a boca e o nariz, como forma de preservação da saúde coletiva da população. Assim, a máscara passou a ser um acessório obrigatório para todas as pessoas visando ao bem comum da coletividade. As máscaras, com propósitos sanitários, são confeccionadas com material descartável ou de pano lavável e reaproveitável.

Embora a eficácia das máscaras sanitárias seja questionável por alguns grupos, a obrigatoriedade do seu uso fez com que ninguém tivesse o direito de sair de casa sem fazer uso dela. Relatos há de pessoas que passam muito mal ao fazerem uso dessas máscaras, porque têm dificuldades para respirar, pois, internamente, as pessoas acabam respirando o gás carbônico que elas mesmas produzem na sua troca gasosa de inspirar oxigênio e expirar gás carbônico. (*)

Durante o período da pandemia, muita gente passou a conhecer outras pessoas que já se utilizavam das máscaras e, quando as veem sem esses acessórios, não conseguem reconhecê-las, porque só conheciam uma parte do rosto das outras. Assim, essas máscaras acabam impedindo que a beleza dos rostos seja vista por completo. Diante disso, as pessoas que não veem a hora de se livrar desse acessório tão incômodo e que tem causado tanta polêmica no meio social.

Porém, a pior máscara é aquela que é invisível, à qual os seus utilizadores fazem uso constantemente sem o menor pudor.

Conheci um amigo que dizia que tinha sete máscaras e cada máscara tinha sete faces, ou seja, como saber quando ele era ele mesmo?

Na Bíblia, no livro de Lucas capítulo 18 e versículos 10 a 14, Jesus nos conta a parábola de duas personagens: um fariseu e um publicano. O fariseu era aquela pessoa que conhecia, guardava e ensinava a lei. O publicano era o judeu que cobrava impostos dos judeus em favor do governo romano. O publicano era desprezado pelo seu próprio povo. Ambos entraram no templo para orar, e o fariseu orava da seguinte forma: “Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou dízimo de tudo quanto possuo.” Porém, o publicano não tinha coragem de olhar para o céu e orava assim: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” Jesus conclui a parábola dizendo que o publicano saiu dali justificado e o fariseu não recebeu a sua justificação.

Por que o fariseu saiu sem receber a sua justificação? Porque pensou que poderia enganar a Deus com a sua máscara de aparente piedade. Infelizmente, não são poucos os que se utilizam de máscaras de piedade, santidade, amor, bondade e misericórdia, porém, só Deus sabe o que se passa em seus corações.

Hoje em dia, é comum vermos pessoas em todos os seguimentos da sociedade se utilizando de máscaras, as mais diversas possíveis, para proferirem discursos de acordo com os seus interesses e com o ponto de vista que agrada o povo. Ao serem confrontados sobre o que falaram, logo mudam o discurso e dizem que não falaram aquilo e que não concordam com aqueles pensamentos. Dessa forma, nunca se sabe quando a pessoa diz a verdade ou quando está representando aquilo que o povo quer ouvir.

Nesse contexto, podemos ver que os homens sempre estão tentando enganar os outros para estarem de bem com a sociedade, a fim de que possam mostrar que são autênticos e leais, porém, por trás das suas palavras, há um verdadeiro veneno de áspide pronto para provocar letal homicídio moral, ético e social.

É da natureza humana fazer uso do seu companheiro como trampolim para a sua ascensão ou denegrir o outro para a sua projeção, com o fim de obter glória, poder e fama, sem se preocupar com o mundo à sua volta.

Infelizmente, a hipocrisia tem sido a fórmula mágica para angariar simpatizantes para o reduto daqueles que vão para o inferno. Com promessas atrativas e tentadoras, os hipócritas fazem discursos que levam a população a ovacionarem as suas palavras, porém, por falta de conhecimento da verdade, as pessoas são enganadas e escravizadas por manipulações da verdade. O hipócrita, como o fariseu da parábola, se acha melhor do que os outros, porque detém determinado conhecimento, porém, como disse Jesus, não passa de sepulcro caiado.

A Bíblia nos fala em Atos capítulo 10 versículos 10 e 11, que Paulo pregava em uma cidade chamada Beréia e o público assistente o ouvia e esse público procurava verificar nas escrituras se o que ele dizia era a verdade. Devido a esse fato, aquele povo tomou conhecimento da verdade e conferiu que as palavras de Paulo estavam corretas, por isso aquela igreja cresceu com maturidade. O crescimento maduro de qualquer seguimento da sociedade ou da igreja só se dá quando o povo procura conhecer a verdade.

A máscara invisível da identidade deixa de ser um mero adereço e se torna um instrumento com caráter enganoso. O que temos visto nos últimos dias são pessoas que colocam as suas máscaras e pregam nos púlpitos um evangelho que eles próprios não vivem e que, às vezes, nem concordam. No meio social, vemos pessoas que defendem ideologias falsas como se verdadeiras fossem e querem que todos venham a aderir às suas ilações e conjecturas. No meio político, vemos pessoas que mudam os seus discursos a todo o momento, de acordo com os seus interesses, para enganar e ludibriar os incautos.

Segundo Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, uma mentira contada mil vezes torna-se verdade. Porém, uma mentira sempre será uma mentira e a genuína verdade permanecerá de pé. Paulo, escrevendo aos Gálatas, assim diz: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.”

Ninguém consegue se apresentar diante de Deus com sua máscara, pois Ele conhece o mais profundo dos nossos corações. Então para obter o perdão, a graça e a misericórdia de Deus, é preciso deixar as máscaras do orgulho, da soberba, da mentira e do engano.

Todas as máscaras, um dia, vão cair e todos nós nos apresentaremos a Deus sem máscaras.

Eliezer Guedes é pastor, professor, escritor e ocupa a Cadeira 6 da AELDF.

(*) NOTA DA REDAÇÃO:

As opiniões externadas pelo autor (especialmente as que afirmam: “Embora a eficácia das máscaras sanitárias seja questionável por alguns grupos, a obrigatoriedade do seu uso fez com que ninguém tivesse o direito de sair de casa sem fazer uso dela. Relatos há de pessoas que passam muito mal ao fazerem uso dessas máscaras, porque têm dificuldades para respirar, pois, internamente, as pessoas acabam respirando o gás carbônico que elas mesmas produzem na sua troca gasosa de inspirar oxigênio e expirar gás carbônico”) não representam a opinião da Academia Evangélica de Letras, pois, o próprio Ministério da Saúde já esclareceu em nota oficial que “não há evidências científicas” de que o pH do sangue seja “significativamente afetado” pelo uso de máscaras de proteção respiratória. Em todas as reuniões da Academia são seguidos rigorosamente os protocolos sanitários incluindo o uso de máscaras para todos os presentes.

Fonte: reporterbrasilia.com.br

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