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Artigo: Eleições nas casernas militares do DF

Bagunça eleitoral antecipada e cabos eleitorais despreparados mostram o futuro cenário nas corporações militares do DF para as eleições de 2022

Por Poliglota…

A Câmara Legislativa do DF, após intensa luta pela autonomia política do Distrito Federal, teve, finalmente, em 1990 eleitos os primeiros deputados distritais. Vinte e quatro deputados distritais, eleitos de quatro em quatro anos, compõem a Câmara Legislativa. Esse número é determinado pelo artigo 27 da Constituição Federal.

Historicamente, desde sua criação, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros sempre elegeram um representante. Somente em 2014 ambas as corporações não conseguiram eleger ninguém porque as escolhas partidárias foram erradas e, segundo os eleitores desses candidatos “só servimos de bode expiatórios e massa de manobras para eleger paisanos (civis na linguagem militar)”.

Mas, independentemente de estarmos há dois anos das próximas eleições, nas casernas e grupos de policiais e bombeiros nas redes sociais as pré-candidaturas já estão em pleno campo de batalha atrás dos milhares de votos dos militares e seus dependentes. Vale tudo quando o assunto é uma cadeira legislativa em 2022. Cabos eleitorais têm usado de todos os argumentos possíveis para alavancar seus candidatos, de debates ferrenhos a exposições de pessoas que sequer têm algum interesse político, mas que dispõe de grande influência eleitoral, tudo é válido.

Em 2018 a história de 2014 se repetiu. Alguns nomes que pareciam estar em evidência e com seus ternos prontos para a posse (em suas cabeças) acabaram consumidos pelo egoísmo e arrogância e ficaram pelo meio do caminho. Mesmo com o discurso de um “Chapão Militar”, os candidatos Ailton Miranda (3.101/2014), Jabá (1.114/2014), ST Geraldo Alves (529/2014) e dois outros não testados nas urnas, Caveira (Paulo Tiago) e Bonina (Véi da 12) morreram na praia e de quebra ajudaram a eleger pela coligação PTC/PMN, Eduardo Pedrosa com 12.806 votos. Já o outro militar, Guarda Jânio (14.939/2014) teve uma árdua batalha com o delegado Fernando Fernandes (12.079/2014) o qual saiu derrotado, apesar do número expressivo de votos que obteve em 2014.

Ao contrário dos demais candidatos da PM, o Subtenente Hermeto (9.664/2014), no PHS, venceu sua batalha contra o então deputado Lira (11.463/2014) conseguindo se eleger com 11.552 votos. Hoje, no MDB de Ibaneis Rocha e Líder do governo, vem sofrendo ataques violentos nas redes sociais por grupos ligados a pré-candidatos. Mesmo sendo o único representante dos policiais militares, as tropas acham que o desempenho do deputado tem sido fraco e querem a todo custo que ele rompa com o governo em prol das promessas de campanha feitas por ele e pelo atual governo e que não foram cumpridas até o momento. Sua base eleitoral, Candangolândia, Park Way e Núcleo Bandeirante são fortíssimas e podem lhe garantir, em tese, uma reeleição sem depender, exclusivamente, dos votos dos militares.

Especialistas ouvidos pelo blog afirmam que, numa classe desunida, fragmentada e extremamente imediatista não será uma tarefa fácil eleger um representante em 2022, principalmente pelas mudanças na Lei Eleitoral. A lei do “meu umbigo antes de tudo” e os exemplos de anos anteriores tornam essa afirmação quase uma certeza. Aliado a isso, a antipatia de ações destrambelhadas de cabos eleitorais terminará jogando por terra todo e qualquer trabalho positivo dos pré-candidatos, por melhor que sejam as intenções. A política mudou e golpes baixos e sujeiras não estão mais sendo tolerados pelos eleitores.

Numa análise crua dos especialistas, nenhum dos atuais pré-candidatos militares a cargos distritais cresceu politicamente e continuam na mesmice de sempre. Muita conversa, jogo sujo nos bastidores e pouco trabalho de convencimento. Ao que parece, minar os atuais distritais Roosevelt Vilella e João Hermeto que atualmente representam as corporações é um objetivo a ser alcançado para que abram portas a esses pré-candidatos, quando na verdade deveriam estar alinhados para o fortalecimento das classes militares e, quem sabe, com um número maior de distritais eleitos nos próximos pleitos.

Para muitos que ainda acreditam numa mudança de postura política dentro das instituições militares, a “Bancada da Bala do DF”, sonho antigo dessas classes tão mal reconhecidas e criticadas pela sociedade, pode surpreender nas eleições de 2022.

Por enquanto é observar de perto e que venham as urnas!!!

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