Reportagem exclusiva divulgada pela CNN Brasil nessa segunda-feira (6) revelou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem demonstrado resistência à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar supostas fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Conforme apurou a CNN, embora Alcolumbre tenha sinalizado disposição para manter o ‘diálogo aberto’ com a oposição, ele ainda aguarda reuniões com representantes contrários ao governo para tratar do tema. No entanto, segundo aliados ouvidos pela emissora, o clima no Congresso não é favorável à abertura da investigação, o que poderia causar desgastes políticos.
A avaliação, segundo a CNN, é de que uma CPMI neste momento poderia “aumentar a tensão política e poderia atrasar a pauta programada pelo Senado para 2025”.
A postura de Alcolumbre repete a linha adotada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ainda segundo a CNN, Motta também não demonstrou entusiasmo com a proposta de CPI da Câmara, mesmo sendo uma iniciativa que partiu de parlamentares do Partido Liberal (PL), principal legenda de oposição ao governo Lula.
Na Câmara, conforme a reportagem, “Hugo se apega a uma fila de 11 pedidos de CPIs para analisar antes”. Ainda que se comprometa a conversar com os deputados da oposição, não há sinais claros de que apoiará o avanço do pedido. O receio é o mesmo já exposto por Alcolumbre: elevar a temperatura política e comprometer a agenda legislativa prevista para o próximo ano.
Apesar das dificuldades, parlamentares que encabeçam o pedido de investigação protocolaram oficialmente o requerimento da CPMI ontem (12). Segundo a CNN, os articuladores da comissão alegam já ter conseguido 29 assinaturas no Senado e 182 na Câmara, número suficiente para viabilizar o pedido.
Após a formalização, a expectativa é que as parlamentares Coronel Fernanda (PL-MT) e Damares Alves (Republicanos-DF) se reúnam com os presidentes das duas Casas legislativas para defender a abertura da CPMI. A deputada e a senadora são duas das principais vozes da oposição na articulação do inquérito.
Como mostra a reportagem da CNN, ainda que o pedido esteja tecnicamente amparado por assinaturas suficientes, a instalação da comissão depende do aval político dos presidentes da Câmara e do Senado, o que, neste momento, não parece garantido. (Foto: Ag. Senado; Fonte: CNN)