A uma semana da eleição da CLDF, grupo de Prudente reúne 15 apoiadores

ANDRÉ BORGES/ ESP. METRÓPOLES

Durante um café da manhã realizado no Lago Norte, atual presidente da Câmara Legislativa sinaliza força para ser reconduzido ao cargo

Um grupo de 13 deputados distritais participou, na manhã desta segunda-feira (07/12), de um café da manhã ocorrido no Lago Norte para declarar apoio à reeleição de Rafael Prudente (MDB) para a presidência da Câmara Legislativa (CLDF).

No total, os aliados já calculam 15 votos fechados para a renovação do mandato do emedebista por mais dois anos na principal cadeira do Parlamento local. Esse é o número de assinaturas colhidas.

Se confirmado, o total de apoiadores é superior aos 13 necessários para a escolha do novo presidente da Casa. Para dirigir a CLDF, o postulante deve ter o apoio da maioria simples de deputados, o que representa, no mínimo, 13 votos.

O número é a metade do total de distritais eleitos (24) mais um. A escolha para um novo mandato na direção do Parlamento distrital precisa ser realizada no próximo dia 15 de dezembro.

Metrópoles adiantou que a candidatura de Prudente tem se fortalecido nos últimos dias pela falta de um consenso entre oposição e o chamado centrão por um nome que agrade ambas alas ideológicas. Sem um adversário competitivo, o grupo liderado pelo atual presidente ganha força interna.

Nos bastidores, outros dois nomes orbitam num eventual cenário pela presidência da Câmara Legislativa: Eduardo Pedrosa (PTC), integrante do centro, e Reginaldo Veras (PDT), mais alinhado com a oposição.

Até então, o Regimento Interno da CLDF não previa a recondução de um presidente, a não ser que fosse fora da mesma legislatura. Contudo, em novembro do ano passado, por 18 votos a 5, os distritais aprovaram a mudança na Lei Orgânica, incluindo a possibilidade de reeleição para a Mesa Diretora.

Na atual negociação, caso o cenário se concretize na semana que vem, os demais integrantes da Mesa Diretora também seriam reconduzidos, incluindo o atual vice-presidente Rodrigo Delmasso (Republicanos). A exceção seria a 3ª Secretaria, atualmente ocupada pela deputada Jaqueline Silva (PTB), que abriria mão da vaga na estrutura do comando da Casa para atrair outros aliados.

Interferência

O cenário que sinaliza para solidificar a reeleição no atual comando da Casa também tem afastado a necessidade da intervenção direta do governador Ibaneis Rocha (MDB) no processo interno. Tradicionalmente, o chefe do Executivo participa, embora de maneira discreta, da escolha de um candidato mais afinado com os interesses do Palácio do Buriti.

Com o número suficiente de aliados declarados ao correligionário, o titular do Palácio do Buriti pode assumir a neutralidade esperada pelos deputados, já que uma das maiores críticas é a constante interferência do Executivo nas decisões internas do Parlamento.

A cautela de alguns parlamentares em não declarar publicamente o posicionamento tem um motivo. No caso de o cenário ser confirmado e os 14 distritais darem o voto pela reeleição de Prudente, os derrotados podem ficar sem espaço de destaque dentro da Câmara Legislativa, como presidência de comissões, por exemplo, na segunda metade final do mandato, justamente na época dos preparativos para as eleições de 2022, quando precisam convencer o eleitorado e pedir um novo mandato.

Fonte: metrópoles.com

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