Quem ocupou quase duas horas ontem (7) para assistir ao 1º debate entre os pré-candidatos ao Governo do Distrito Federal devem ter chegado a seguinte conclusão: Ibaneis Rocha (MDB) não tem adversários à altura dentro do atual cenário político da Capital da República
Com o alijamento de Reguffe (União Brasil) pelo seu partido, depois das suas indefinições e dos chororôs em vídeos em suas redes sociais, os pré-candidatos começaram suas introduções lamentando a ausência do senador. No fundo, todos querem abarcar o apoio do senador.
O debate foi promovido pelo grupo Bandeirantes de Televisão. Sete pré-candidatos se apresentaram para debater frente a frente e apresentar propostas aos seus eleitores: Ibaneis Rocha (MDB); Izalci Lucas (PSDB); a assistente social Keka Bagno (PSol); o deputado distrital Leandro Grass (PV); a senadora Leila Barros (PDT); o ex-vice-governador e ex-senador Paulo Octávio (PSD); o especialista em educação Rafael Parente (PSB).
Não foi o que o telespectador e eleitorado esperavam. Muitos blá-blá-blás e um nítido “Consórcio de Oposição” destrambelhado que nos fez lembrar de um conglomerado criado durante a pandemia com o único propósito de desacreditar um chefe de governo e uma nação.
Ficou claro que o alvo a ser batido era Ibaneis Rocha, o líder nas pesquisas realizadas até agora e que concorre à reeleição. Mas candidatos sem propostas e com as poucas apresentadas e difíceis de serem cumpridas, não restou outra alternativa a não ser fechar o domingo, sonolento.
Uma coisa que chamou a atenção foi a insistência dos pré-candidatos da esquerda em mencionarem o nome do ex-presidiário Lula em suas colocações. Leandro Grass, por exemplo, sempre citava o ex-presidente Lula em todos os blocos. O distrital falou que ele era o único representante do candidato ao Planalto nas eleições de outubro, como se isso fosse um passaporte para uma esquerda derrotada dentro da capital da república.
Se hoje o deputado distrital pede aos quatro cantos votos para Lula, o passado recente do político menos votado para a Câmara Legislativa em 2018, mostra que há um rastro de mágoas com a militância da sigla que agora o defende.
Acostumado a opinar sobre tudo e sobre todos, Leandro Grass morre pela própria boca com suas publicações no Twitter. No ano passado, ele classificou Marina Silva como a “liderança com a mais elevada qualidade no debate público brasileiro. Sem populismo, sem bravata e sem ataques”. Na época, a declaração foi considerada como uma indireta para os petistas. Agora, Leandro Grass diz que é Lula desde criancinha. (Veja os Twitters contraditórios)
Interessante ver como @MarinaSilva continua sendo a liderança com a mais elevada qualidade no debate público brasileiro. Sem populismo, sem bravata e sem ataques. Muita clareza sobre os reais desafios do Brasil. Sem dúvida, uma figura necessária ao país. #MarinaNaGlobo
— Leandro Grass (@leandrograss) October 18, 2021
Pedro, se você ler aqui acima verá minha posição. Infelizmente, reduziram a decisão do STF à libertação do Lula. É maior que isso. Sou favorável ao cumprimento da pena após 2a instância, mas ao meu ver a CF é clara e, se há discordância do texto, que seja feita sua alteração.
— Leandro Grass (@leandrograss) November 9, 2019
Grande Gilberto! Obrigado por participar comigo dessa discussão Em 2014, vivemos um estelionato eleitoral. Campanhas feitas com caixa 2 e desconstrução pessoal de @MarinaSilva pelo PT. O TSE considerou válida. O mesmo se aplica agora. Considero o gesto com o anti-republicano.
— Leandro Grass (@leandrograss) December 29, 2018
Se Leandro Grass ainda sonha em conquistar a militância petista, alguém precisa acordá-lo, pois a ‘companheirada’ promete ser o seu maior pesadelo.
Até expressões novas foram criadas, como o “Racismo Ambiental” da assistente social Keka Bagno (PSol). Muito despreparada, só falava sobre racismo, mulheres negras e comida na mesa. Propostas mesmo…
Tentando abocanhar os votos de uma grande parcela de eleitores ligados à segurança pública, o senador Izalci criticou Ibaneis Rocha sobre a defasagem do efetivo na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros. “Em 2009, era para termos 19 mil PMs e, hoje, temos 10 mil. Nós temos um déficit. Ibaneis respondeu com a comprovação da contratação de mais de 3.500 policiais ao longo de seu período de governo.
Leila Barros destacou a importância do ensino profissionalizante e a busca ativa pelas crianças e adolescentes em evasão escolar. A pré-candidata do PDT afirmou, ainda, ser a favor do aumento do diálogo entre os governos do DF e do Entorno, mas claramente ficou provado que a pupila criada por Rollemberg não tem “saque” potente para entrar numa quadra tão importante como é o Distrito Federal.
Como um bom socialista, Rafael Parente criticou o empobrecimento da população do DF, mas como Rollemberg em 2014, não apresentou nada que possa vir a sanar essa sua avaliação. Já Ibaneis, em resposta, detalhou os programas sociais criados por seu governo que levaram comida e dignidade às pessoas.
Na boa? Se tomarmos como base o apresentado nesse primeiro debate, Ibaneis Rocha (MDB) fatalmente levará por “WO”.
Vamos aguardar…
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