Greve dos professores entra no 11º dia e 500 mil alunos estão prejudicados

Considerada ilegal pela justiça, a greve dos professores segue prejudicando o aprendizado e o calendário escolar dos 482.468 alunos da rede pública do Distrito Federal. A paralisação começou no último dia 4 de maio

O governo tem mantido canais de diálogo abertos com os representantes dos professores e seus sindicatos. Uma reunião intermediada pela Câmara Legislativa entre o GDF e o comando de greve dos professores foi realizada na última quarta-feira (10), buscando entender demandas e buscar soluções aos interesses dos educadores.

A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá avaliou a reunião como positiva. “O governo, por meio do secretário Ney Ferraz, que é o responsável pela questão orçamentária do DF, trouxe as dificuldades financeiras nesse momento de qualquer benefício para a categoria, mas está aberta a mesa de negociação”, pontuou. A secretária da pasta reiterou que a conversa com o sindicato foi boa e que eles tiveram a compreensão das dificuldades de arrecadação que o GDF está passando.

Segundo o Sinpro-DF, os educadores estão há oito anos sem reajuste salarial e, por isso, acumulam mais de 30% de perda inflacionária. Contudo, vale lembrar que o GDF vinha negociando com a categoria e concedeu um reajuste salarial acima dos 18% definidos para servidores. O reajuste será de 6% em 6% em cada ano, até 2025, conforme anunciou o governo no início do mês.

A GREVE NÃO É O CAMINHO…

A Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF), é contra a greve dos professores.  De acordo com o presidente da Aspa, Alexandre Veloso muitas famílias estão desesperadas, porque não têm com quem deixar as crianças para poder ir trabalhar.

“A greve não é o caminho. O desejo dos professores por melhores salários é legitimo. Mas a greve seria o último instrumento em uma negociação. E ainda fomos surpreendidos, porque o governo acabou de anunciar aumento para todas as categorias e chega nessa situação de greve”, disse.

“Greve a gente sabe quando começa, mas não faz ideia de quando termina. Acabamos de voltar realmente da pandemia. Muitas famílias estão desesperadas, porque não têm com quem deixar as crianças para poder ir trabalhar”, completou.

JUDICIALIZADA

A Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) ingressou com uma ação contra a greve, a pedido do governador Ibaneis Rocha (MDB). O pedido foi acatado no domingo (7) pela Justiça, que determinou o retorno imediato dos professores às salas de aulas, sob pena de pagamento de uma multa diária de R$ 300 mil.

O chefe do executivo pondera que o GDF está aberto para conversar com os professores dentro do possível na responsabilidade fiscal. “Não vamos extrapolar nada daquilo que for possível conceder”, disse.

Agora uma nova reunião com a categoria está marcada para o próximo dia 17 de maio.

Com informações oitoquatronoticias.com.br

Artigo anteriorMoraes e as ‘confissões espontâneas’
Próximo artigoNo dia do gari (16), coleta de lixo será suspensa