Por Robson Augusto
Durante as três últimas semanas cresceu bastante o nível de insatisfação dos membros polícia militar e corpo de bombeiros do Rio de Janeiro com o governador Cláudio Castro, aliado de Jair Bolsonaro. Um dos principais motivos da rusga é a lei de “proteção social” imposta pelo governo aos militares do estado
O monstrengo de 49 artigos, além de taxar pensionistas e inativos, traz ainda escondido no emaranhado de regras, percentuais e itens, a possibilidade de transformar o alto escalão das instituições militares do RJ num antro de marajás, já que agora é permitido que extrapolem o teto remuneratório previsto na Constituição do Estado. Associações de classe de oficiais e praças tem se manifestado bastante nas redes sociais e já realizaram uma manifestação no centro do RIO.
A regra segue o exemplo dos generais do governo Bolsonaro, que conseguiram emplacar regulamentações que permitem que extrapolem o limite remuneratório constitucional federal, o chamado teto duplex. Hoje a maior parte dos generais que assessoram Jair Bolsonaro recebe mais de 60 mil reais por mês.
Com o afastamento dos policiais e bombeiros na reserva, Bolsonaro pode perder mais um contingente importante no estado, algo em torno de 30 mil famílias.
Os primeiros a falar em pular fora do “barco” Bolsonaro foram parte dos militares das Forças Armadas na reserva e pensionistas, que alegam que o presidente se deixou intimidar pelos generais e acabou impondo um sistema de proteção social que só protege os oficiais generais. No Rio o número de famílias militares ligadas às Forças Armadas chega a quase 300 mil, o que significa para alguns algo por volta de 1 milhão de votos.
Os militares da reserva já realizaram duas manifestações em Brasília e uma no centro do Rio de janeiro para tentar levar até à sociedade sua insatisfação.
O que se fala em conversas de bastidores nas organizações militares, clubes e redes sociais é que o general Santos Cruz, hoje no PODEMOS, tende a se candidatar a senador pelo estado do Rio de Janeiro, se fizer isso e conseguir colocar Sérgio Moro em seu palanque, há possibilidade de angariar para si o apoio dessas duas categorias de militares ou pelo menos de parte significativa das mesmas.
Fonte: Revista Sociedade Militar