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A Suprema traição: Câmara aprova purgatório eleitoral para policiais

Por Major Aguiar

Na calada da noite desta quarta-feira, 15, deputados realizam manobra para retirar os direitos políticos de policiais, magistrados e membros do ministério público. A articulação foi liderada por partidos da esquerda e do centrão, unidos conseguiram reunir 279 votos, contra 211, aprovando medida que, na prática, significa a supressão dos direitos políticos por quatro anos de qualquer membro das forças de segurança, que tenham pretensão política. A medida já havia sido analisada antes, e rejeitada, mas em uma manobra regimental duvidosa os deputados conseguiram emplacar os destaques do PLP 121/2021 sobre o novo Código Eleitoral, tudo sob a relatoria da deputada Margarete Coelho (PP-PI).

A aprovação teve requintes de sadismo para os policiais militares, pois ocorreu ao mesmo tempo em que o Conselho Nacional dos Comandantes Gerais das Polícias (CNCG) está reunido em Brasília. Como em política toda manobra é uma sinalização parece que o congresso nacional está mandando uma mensagem as corporações, a de que seus membros não são bem-vindos à vida pública. Em uma análise pessimista os congressistas desejaram apenas mostrar seu desprezo pelos policiais militares do país.

A mudança no texto, realizada através de uma emenda aglutinativa, obriga o afastamento definitivo de cargos e funções quatro anos antes do pleito para membros do Ministério Público, magistrados, policiais federais, rodoviários, policiais civis e guardas municipais.

Para os militares as restrições são ainda mais severas, deverão estar afastados de suas corporações quatro anos antes do início do período de escolha dos candidatos e das coligações previstos para o ano eleitoral, que começa em 20 de julho. Para dizer não dizer que não deram uma colher de chá aos militares, até as eleições de 2026 vale o afastamento pela regra geral, em 02 de abril do ano eleitoral.

A proposta foi uma pá de cal nos direitos políticos dos policiais, com uma manobra desleal e traiçoeira, os deputados retiram os direitos políticos de mais de um milhão de cidadãos. Esta é a recompensa que nossos legisladores conferem aos profissionais que dedicam suas vidas a proteção e guarda da sociedade. Na verdade, os policiais estão sendo punidos por sua credibilidade, que tem feito com que centenas de senadores, deputados, vereadores e governadores, tenham suas origens nas forças de segurança. Como a maioria deles nunca fez parte do establishment, tem se tornado uma força de resistência às práticas tradicionais da política brasileira. Além disso, em sua maioria, são apoiadores do atual governo, um pecado imperdoável nos dias de hoje. Esses são os reais motivos da exclusão dos policiais da vida pública.

Mais uma medida autoritária que enfraquece o sistema representatividade no país, dando mais um gole na nossa frágil democracia.

Fonte: Blitz Digital

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