Após período de silêncio sepulcral, muito diferente de quando estava em exercício no poder de Goiás, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) admite “erros’ e entre eles o de cometer “suposto” Caixa 2.
Nota-se que o tom do ex-governador ao longo da entrevista concedida ao O Popular, é de mea culpa. Ele pontuou algumas nuances em que explicitou atos não republicanos em campanhas do passado.
Citando como “suposto” Caixa 2 na disputa de 2014, um episódio de clara pisada na bola em que cogita até se desculpar pela tentação não resistida.
“Certamente muitos [mereceriam desculpas]. Esse por exemplo do suposto Caixa 2 na campanha de 2014 é um erro, apesar de que neste caso era permitido doações empresariais. Mas, se eu tiver de pedir desculpas, certamente eu peço por este erro”, afirmou.
Mais detalhes
O momento é o apagar das luzes do ano de 2020. O ex-governador tucano fora condenado a prestar serviço comunitário pela prática de Caixa 2 comprovado nas eleições de 2006.
A prática se baseia em recursos financeiros não contabilizados e não declarados aos órgãos de fiscalização competentes é o tão conhecido, no popular, Caixa 2.
O que se apurou é a origem ilícita de recursos gastos na campanha para senador, que foi omitida.
Ao longo da entrevista ao jornal goiano, pontuou que homem público comete erros e colocar como coadjuvante “pessoa” que não é o que parece ser, se caracteriza uma vacilada. Perillo afirmou que se comete erros tanto como ser humano quanto homem público ou empresário.
“E erros os mais variados, de avaliação, de cálculo. Às vezes você acha que uma determinada pessoa é leal, que pode confiar e não é. Muitas vezes você imagina que uma pessoa tem perfil técnico, político, e não é assim”, pontuou. No judiciário, o processo encontra-se na fase de recursos.
“Famigerado crime de Caixa 2”
A denúncia feita pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) apontou que o político usou servidores públicos no horário de expediente para fins particulares, além de ter utilizado aviões da Polícia Militar e do hangar do Estado. Perillo ainda teria feito uso indevido de serviço de co-piloto na campanha, com recursos do Governo.
O juiz Wilson da Silva ressaltou, em 2006, que “não há dúvida de que ocorreu o famigerado crime de caixa 2 na campanha do acusado Marconi Perillo, com a participação direta de outras diversas pessoas, vez que, pelos seus atos, existiam valores que ingressavam na contabilidade da campanha eleitoral de 2006, mas várias outras ocorriam por fora, sem declaração na prestação de contas, o que, por si só, atrai a figura do tipo insculpido no art. 350 do Código Eleitoral”.
Recibos dissimulados
Silva também apontou que houve fraude na prestação de contas dos recibos dissimulados, o que comprometeu “a transparência, publicidade e própria democracia pública do pleito eleitoral que se exige de um candidato”.
Conforme a ação do MP a fraude ocorreu em adulteração de de contratos de carro de som, simulação da contratação da empresa Multcooper Cooperativa de Serviços Especializados para pagamento de despesas de campanhas e utilização de notas fiscais frias junta à Justiça Eleitoral.
Perillo foi condenado por Caixa 2 feito na campanha eleitoral de 2006, quando foi eleito senador. O tucano teve como sentença prestar serviços comunitários e pagar o valor de R$ 18 mil. Depois do trânsito em julgado do processo, o ex-governador poderá, também, perder os direitos políticos por 1 ano e oito meses.
Fonte: tudooknoticias