Meus respeitos a memória e a família do Sargento PMDF Reginaldo, até então lotado no 11º Batalhão de Polícia Militar, tombado hoje (3) como mais uma vítima do mau caso com a saúde dos policiais militares do Distrito Federal e seus dependentes
Hoje, como tem sido nos últimos tempos, o dia foi mais doloroso, mais cruel, mais implacável. E pior, sem termos como evitar o inevitável!
Perdemos mais um irmão de farda e, como se não bastasse, para mim, um irmão especial.
Perdi meu grande amigo e colaborador Sgt Reginaldo do 11º Batalhão de Polícia de Samambaia.
Um cara simples, pai de família, homem de verdade e sonhador como eu, idealizador como eu e crente de que um dia nossa corporação pudesse mudar para melhor. Um cara que imaginava que pudesse transformar em realidade o que era sonho, não só dele, mas de um universo de mais de 20 mil policiais da ativa e da reserva.
Lutou comigo em 2014, almoçando caldo de cana com pastel e jantando pastel com caldo de cana como um dos meus coordenadores de campanha e que acreditava em dias melhores. Ficamos no caminho, não por culpa nossa, mas por aqueles que não acreditaram que seríamos capazes de mudar, ou pelo menos tentar mudar. Estava atrás de um sonho. O sonho de ver uma polícia melhor, digna de seu nome, de seu tamanho perante uma sociedade exigente e de sua magnitude.
O Coronavírus interrompeu esse sonho! Veio como um devastador e tudo em seu caminho destruiu, tudo. Não teve tempo para conversas. Não teve tréguas, não teve clemências. Partiu sem realizar seu desejo. E mais grave, não nos deu, sequer, a oportunidade de nos despedirmos dele.
Como ele, mais 57 policiais tiveram o mesmo destino, ativos e inativos. Não temos como mudar as estatísticas e os óbitos, mas temos que questionar o porquê de tudo isso. Até agora, segundo os números, foram 38 policiais mortos no Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. Porquê será? Temos lá pessoas qualificadas para tratamento dessa enfermidade fatal ou a pessoa de um policial não vale nada perante a sociedade, que tanto servimos? Por que tantas mortes num mesmo local, sendo que nem na rede pública tais estatísticas não se repetiram?
A mim, e a nós que tivemos a oportunidade de conviver com esse grande guerreiro, só nos resta pedir a Deus que dê a ele um lugar digno de sua vida terrena.
Aos que ficam, dentre os quais nossos nobres e imponentes gestores, fica a pergunta: Até quando vamos continuar assistindo a perda de grandes amigos por conta de acomodações políticas que em nada contribuem para o crescimento, preservação e respeito aos nossos bravos e nobres heróis tombados?
Chega!!! Isso já passou de ser um gesto de HUMANIDADE!
Não vamos permitir um novo genocídio!
Por Poliglota…