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Ricardo Cappelli e o risco da transformação da ABDI em aparelho político

As suspeitas de que o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, estaria utilizando a estrutura da instituição para fins políticos pessoais acendem um alerta grave sobre o rumo e a integridade das autarquias federais. A simples possibilidade de montagem de uma engrenagem eleitoral dentro da agência, com funcionários supostamente alocados para atividades que extrapolam suas funções técnicas, é suficiente para expor um problema que o Brasil insiste em repetir: o uso do Estado como extensão de projetos individuais de poder.

Cappelli é declarado pré-candidato ao governodo Distrito Federal pelo PSB e desde então vem atacando o atual governo com fake news na tentativa de buscar holofotes eleitoreiros.

A ABDI foi criada para impulsionar o setor produtivo, fomentar inovação e orientar políticas industriais em benefício do país. Se tal missão é desviada — ainda que em aparência — para atender interesses eleitorais, o dano vai muito além de uma irregularidade administrativa: trata-se de um ataque direto à credibilidade do Estado e à confiança de empresas e parceiros que dependem de uma agência técnica e neutra.

Cappelli, que já assumiu diferentes papéis políticos de alta visibilidade, conhece bem o peso institucional do cargo que ocupa. Por isso, a cobrança sobre transparência e lisura é ainda maior. Quando surgem indícios de que a ABDI poderia estar servindo como base para articulações políticas, o mínimo esperado é uma reação firme, objetiva e documentada, com abertura de informações, auditorias internas e esclarecimentos concretos sobre a atuação de servidores e sobre a real destinação de recursos humanos e materiais.

A sociedade brasileira está cansada de ver órgãos públicos serem transformados em trampolins eleitorais — prática que, à esquerda ou à direita, corrói a institucionalidade, alimenta o descrédito e enfraquece a democracia. É preciso lembrar que cada funcionário deslocado de sua função técnica para atender interesses pessoais representa um prejuízo direto ao contribuinte, à indústria e à própria lógica de desenvolvimento nacional.

Se as suspeitas se confirmarem, estaremos diante de mais um exemplo de como a máquina pública pode ser distorcida quando interesses individuais se sobrepõem ao interesse coletivo. Se não se confirmarem, ainda assim é responsabilidade de Cappelli dissipar toda dúvida com transparência plena — porque, em uma agência técnica, até mesmo a aparência de aparelhamento já é combustível suficiente para comprometer sua reputação.

No fim, o caso evidencia algo claro: agências de Estado não pertencem a projetos eleitorais, pertencem ao país. E qualquer dirigente que tente inverter essa ordem precisa ser cobrado com rigor, sob pena de permitir que o vício do uso político das instituições continue corroendo a espinha dorsal da administração pública brasileira.

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