A aprovação hoje do Projeto de Lei nº 1211/2024, de autoria do deputado Roosevelt Vilela (PL-DF), que autoriza o uso de câmeras de segurança nas escolas públicas do Distrito Federal, deveria ser motivo de consenso e responsabilidade. Trata-se de proteger crianças, professores e funcionários. Mas, surpreendentemente, não foi bem assim. Parte dos parlamentares de esquerda optou por votar contra ou se omitir, colocando a ideologia à frente da segurança básica.
Em um cenário onde escolas enfrentam episódios de violência, depredação e ameaças constantes, rejeitar uma ferramenta de prevenção soa, no mínimo, desconectado da realidade. É incoerente defender educação pública de qualidade e ao mesmo tempo negar mecanismos que ajudam a garantir integridade física e serenidade dentro do ambiente escolar.
Os argumentos usados por esses parlamentares giram em torno de conceitos como “vigilância excessiva”, “criminalização dos estudantes” e “violação da liberdade”. Mas onde está a liberdade quando professores são agredidos em sala de aula? Onde está o direito das crianças quando o medo substitui o aprendizado? Segurança não é sinônimo de opressão; é dever do Estado.
Para o deputado Roosevelt, a aprovação do projeto representa um avanço histórico na proteção das crianças e adolescentes do DF.
“Temos visto, com tristeza, o aumento de casos de violência e abuso dentro das escolas. Essas situações comprometem o desenvolvimento físico e emocional dos nossos estudantes. O projeto vem para mudar essa realidade, oferecendo segurança e tranquilidade para alunos, professores e famílias”, destacou o parlamentar.
Câmeras já fazem parte de hospitais, transportes públicos, órgãos governamentais e até de escolas privadas. Ninguém questiona esses ambientes. Por que, então, o ambiente escolar — justamente aquele que deveria ser mais protegido — é colocado em segundo plano por puro cálculo político ou apego a discursos prontos?
Ao rejeitar essa medida, esses parlamentares assumem o papel desconfortável de defensores da teoria, ignorando quem vive a prática. Pais, alunos e professores não pedem vigilância ideológica — pedem segurança, tranquilidade e respeito.
A educação começa pela proteção. Quem fecha os olhos para isso não está defendendo a liberdade. Está apenas se escondendo atrás dela.
Veja os deputados que votaram contra o projeto:
Chico Vigilante (PT)
Dayse Amarilio (PSB)
Fábio Félix (PSOL)
Max Maciel (PSOL)
Ricardo Vale (PT)
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília