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Na sombra de Bolsonaro, Tarcísio perde fôlego e vira refém da indefinição da direita

A visita de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar, é muito mais que um gesto de solidariedade política: é o retrato de um governador que ainda não conseguiu se libertar da sombra de quem o lançou na política nacional.

Se antes era tratado como presidenciável natural do bolsonarismo e preferido do centrão, Tarcísio hoje parece encurralado entre duas escolhas: assumir de vez a corrida ao Planalto ou recuar para uma reeleição em São Paulo. Até aqui, optou pela segunda via. O problema é que, nesse vaivém, dá sinais de hesitação que podem custar caro em 2026.

Enquanto Bolsonaro insiste em se colocar como candidato — mesmo inelegível e condenado a 27 anos de prisão — e Eduardo Bolsonaro ameaça disputar por conta própria, Tarcísio vai perdendo espaço e protagonismo. A faixa estendida por manifestantes no condomínio do ex-presidente, perguntando se ele já desistiu da Presidência, sintetiza bem a dúvida que hoje paira no ar.

O governador, que se esforçou pela pauta da anistia e agora defende a redução de penas para os presos do 8 de Janeiro, tenta agradar ao clã Bolsonaro e, ao mesmo tempo, manter diálogo com setores econômicos e moderados. O resultado, até agora, é um equilíbrio frágil: agrada pouco a todos e não se consolida com ninguém.

A verdade é que Tarcísio, apadrinhado mas não emancipado, corre o risco de se tornar apenas mais um refém da indefinição de Bolsonaro. Se não romper logo esse cordão umbilical, pode acabar repetindo a sina de outros nomes que, no fim, jamais deixaram de ser “o candidato do ex-presidente”.

Da redação

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