Pesquisas apontam liderança confortável da vice-governadora nas intenções de voto, mas cenário ainda depende de alianças, lembrança espontânea e desempenho dos adversários.
A eleição para o Governo do Distrito Federal em 2026 ainda está a mais de um ano de distância, mas já começa a ganhar contornos definidos. E, neste momento, a vice-governadora Celina Leão (PP) aparece como a grande favorita na corrida pelo Palácio do Buriti. Levantamentos recentes do Instituto Paraná Pesquisas mostram a parlamentar na frente em todos os cenários testados, variando entre 31% e 37% das intenções de voto — números que a colocam em posição de destaque e a transformam em nome natural da base governista.
Força eleitoral consolidada
Celina conta com três fatores importantes a seu favor:
- Apoio institucional: é a sucessora escolhida do governador Ibaneis Rocha (MDB), que não pode concorrer à reeleição e prometeu apoio integral à vice.
- Continuidade de gestão: ao se apresentar como a herdeira política de Ibaneis, aposta na boa avaliação do atual governo.
- Visibilidade política: tem buscado protagonismo em temas como segurança pública e articulações partidárias, reforçando sua imagem de gestora ativa.
O que pode dificultar a vitória
Apesar da liderança, Celina ainda enfrenta desafios. Em pesquisas de espontânea, quando os entrevistados citam nomes sem lista prévia, seu índice de menção é bem menor, mostrando que a lembrança popular ainda precisa ser trabalhada. Além disso, adversários de peso podem complicar a disputa. Nomes como José Roberto Arruda (PL), Cappelli (PSB), Leandro Grass (PT) e por fora Fred Linhares (Republicanos) aparecem em segundo escalão, mas com potencial de crescimento.
Em um cenário com Arruda, por exemplo, Celina mantém vantagem ampla e poderia até vencer no primeiro turno. Já com Fred Linhares como principal rival, a tendência é de uma disputa mais acirrada, aumentando as chances de segundo turno. No caso de Leandro Grass, a força da esquerda poderia reduzir a margem de Celina, mas dificilmente ameaçaria sua liderança sem uma frente unificada. Cappelli não passa de um forasteiro aventureiro apadrinhado de Rollemberg e Flávio Dino, sem expressão no DF.
O peso da fragmentação
Um quadro com múltiplos candidatos competitivos — como Izalci Lucas, Paula Belmonte e outras lideranças locais — pode levar a eleição inevitavelmente para o segundo turno. Nesse cenário, Celina entraria como favorita, mas dependeria da capacidade de atrair apoios e reduzir índices de rejeição para consolidar a vitória. A depender do blocoque a sustenta, isso não seria problema.
Cenários possíveis
- Vitória em 1º turno: se ampliar sua lembrança espontânea e manter a liderança isolada.
- Vitória em 2º turno: caso o campo adversário consiga se unificar parcialmente.
- Surpresa adversária: menos provável, mas possível se surgir uma candidatura nova com grande apelo popular.
Conclusão
Com forte apoio institucional, boa colocação nas pesquisas e papel central na continuidade da atual gestão, Celina Leão entra em 2026 como favorita para governar o DF. Mas política não é matemática: até outubro do próximo ano, alianças, rejeições e fatores externos podem reconfigurar o tabuleiro. Se hoje o favoritismo é dela, a disputa, aparentemente, continua aberta — e promete ser um dos embates mais observados das eleições estaduais.