O tradicional Grito dos Excluídos, manifestação organizada por partidos de esquerda e centrais sindicais, teve baixa adesão em Brasília neste domingo (7). O ato, que ocorre paralelamente às comemorações oficiais da Independência, reuniu apenas algumas dezenas de pessoas com bandeiras e camisetas vermelhas, contrastando com a grande mobilização de movimentos de direita que ocuparam trechos próximos da capital. A concentração aconteceu na Praça Zumbi dos Palmeiras, localizada entre o Eixo Monumental — onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia oficial — e a Torre de TV, espaço onde opositores organizaram seus protestos.
Os participantes defenderam a soberania nacional e criticaram sanções internacionais impostas pelo governo americano de Donald Trump ao Brasil. Embora parte do público estivesse com camisetas amarelas da seleção brasileira, símbolo amplamente associado a manifestações de direita, muitos utilizaram coletes, bonés e bandeiras vermelhas, em referência a partidos e sindicatos alinhados ao governo. O visual misto foi interpretado como uma tentativa de ressignificar símbolos nacionais em meio à disputa política pelo 7 de Setembro.
Entre os presentes estavam representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de militantes do PT e do PSTU. Apesar do histórico da data como espaço de reivindicações sociais da esquerda, a edição de 2025 em Brasília ficou marcada pelo esvaziamento. Enquanto o Grito dos Excluídos buscava chamar atenção para temas sociais, a proximidade física e a força das manifestações de direita acabaram ofuscando a mobilização, que não conseguiu reunir a multidão esperada.
Fonte: GAZETA DO POVO
