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“Vaza Toga 2”: jornalista revela assessoria informal com apoio de servidores do STF

Chefe de gabinete de Moraes comandou estrutura paralela de repressão, diz jornalista

O jornalista David Ágape denunciou, em audiência na Comissão de Segurança Pública nesta quinta-feira (7), a existência de um “gabinete informal” dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comandado por aliados do ministro Alexandre de Moraes. Ele teria operado uma repressão paralela a manifestantes de direita após as eleições de 2022. A investigação, que ele chama de “Vaza Toga 2”, seria uma continuidade do trabalho iniciado por Glenn Greenwald e Fábio Serapião, ainda durante o período eleitoral.

Segundo Ágape, o material revela a formação de um grupo estruturado, dentro do WhatsApp, agindo como uma assessoria informal de Moraes, com servidores do Centro de Combate à Desinformação do TSE, juízes e agentes ligados ao STF, que passou a atuar sem prerrogativa legal.

“O Tribunal Superior Eleitoral se tornou um puxadinho de Alexandre de Moraes durante as eleições”, afirmou o jornalista.

Ele descreveu como, após o 8 de janeiro, cerca de 250 pessoas foram presas nas dependências do Congresso Nacional, muitas delas sem envolvimento em qualquer ato de vandalismo, e algumas chegaram a receber penas superiores às de crimes como assalto ou homicídio.

“Mas eu quero falar sobre as vítimas ainda mais invisíveis, que são os presos do 9 de janeiro”, disse Ágape, ao citar manifestantes pacíficos que estavam acampados no QG do Exército e foram levados à prisão com base em promessas falsas da polícia.

O jornalista informou que a servidora Cristina Kusahara, do Tribunal de Justiça de São Paulo, cedida ao STF, coordenava esse grupo com “mão de ferro” e desprezo pelo próprio TSE.

“Ela chamava os servidores de mal acostumados, dizendo que eles não trabalhavam no ritmo do ministro”, disse Ágape.

Segundo ele, essa mesma servidora já atuava ao lado de Moraes desde 2019, na origem do “infame inquérito das fake news”, descrito por ele como “a raiz de todos os outros inquéritos conduzidos por Moraes”.

Ágape afirmou ainda que, mesmo após o fim do período eleitoral, Alexandre de Moraes nomeou Eduardo Tagliaferro, do setor de desinformação do TSE, como responsável por investigar os presos do 8 de janeiro.

“O TSE já não tinha mais prerrogativa para investigação criminal. Lula já havia tomado posse”, argumentou.

A estrutura denunciada operava com o pretexto das audiências de custódia, mas era formada por múltiplos grupos paralelos no Whatsapp.

“Nossa reportagem mostra que esse gabinete informal serviu para perseguir politicamente pessoas que tinham pensamento diverso ao que defende o establishment”, concluiu Ágape.

A sessão da Comissão de Segurança Pública segue reunindo depoimentos sobre violações processuais nos inquéritos do STF, reforçando as denúncias de judicialização seletiva e abuso de poder.

Blog do Cláudio Dantas

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