“Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá”. Mas a verdade é que o nordeste ficou longas décadas sem água por escândalos de corrupção
Durante evento na Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “Deus deixou o sertão sem água porque sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá”. A fala, feita diante de apoiadores em Cachoeira dos Índios, abriu mais um embate de opositores; desta vez, porém, com críticas mais amplas, incluindo de simpatizantes e também de lideranças religiosas de diversos segmentos.
A tentativa de atribuir à vontade divina a histórica seca do semiárido ignora décadas de descaso e desvios bilionários envolvendo projetos de abastecimento hídrico na região. O Nordeste brasileiro conviveu, ao longo dos anos, com promessas não cumpridas, obras inacabadas e escândalos de corrupção que paralisaram projetos como a Transposição do Rio São Francisco.
Relatórios de órgãos de controle e investigações da Polícia Federal sustentam que recursos destinados a combater a falta d’água foram desviados por meio de contratos fraudulentos, obras superfaturadas e conluios entre políticos e empreiteiras.
Quando as investigações estavam em curso, analistas em infraestrutura hídrica apontaram que a seca sempre foi um fenômeno natural; no entanto, a ausência de políticas públicas eficientes e o mau uso do dinheiro público agravaram ainda mais o problema dos nordestinos, condenando gerações inteiras à miséria e à migração forçada.
Atualmente, com baixa popularidade e sob diversos escândalos em sua terceira gestão, Lula tenta transformar um drama social em mais uma narrativa política — desta vez, contudo, com maior conotação messiânica. E, como de praxe, o lulopetismo insiste em negar a responsabilidade histórica de seus governos no ciclo de promessas e atrasos que perpetuaram a escassez de água no Sertão.
Com informações Conexão Política
