Diz o velho ditado que “onde há fumaça, há fogo”.
E quando a fumaça aparece no Planalto Central, mais precisamente em Brasília, as especulações se tornam quase que verdades absolutas.
A última que está circulando nos bastidores do poder dá conta de que o atual Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ficaria muito feliz em trocar a toga do Supremo por um terno no comando de uma Embaixada. Mas na Europa.
Essa informação foi, preliminarmente, divulgada no site Platobr.
Em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de São Paulo, Barroso negou veementemente a informação e disse estar “muito feliz na Corte”. Mas é sempre assim: Nega-se, a princípio, e quando menos se espera o fato já está concretizado. Quase que uma regra em Brasília.
Mas para quem conhece bem a política de Brasília e seus políticos, apesar de Barroso ocupar um cargo onde a política deveria passar bem longe justamente por não ter tido um só voto para opinar sobre política, esses “boatos” sempre acabam tendo um fundo de verdade.
Nada sai do nada! Se a história surgiu é porque alguém falou ou ouviu. E assim como Lula ficou chateado com o vazamento das gafes de Janja na China, quem garante que Barroso não foi vítima das mesmas artimanhas por alguém bem próximo dele e do poder?
Isso, caso se concretize os boatos, não seria nenhuma surpresa, afinal, em setembro Barroso passa o bastão da presidência a Edson Fachin.
Barroso tem qualidades para ser um embaixador na Europa por ter habilidades políticas que muitos políticos brasileiros não têm e é bastante familiarizado com discursos sobre democracia, liberdade e valores universais.
Para Lula seria algo muito interessante, pois isso abriria uma janela para que o petista indicasse mais um nome à Corte, fortalecendo seu plantel, o que significaria mais poder concentrado, mais controle e mais silêncio conivente.
Por outro lado, para Barroso seria também muito interessante. O desgaste que o poder excessivo permite poderia estar incomodando-o e lá fora não haveria cobranças, questionamentos de seus votos e decisões controversas de cunho político-nacional, além de poder expor seu verniz progressista sem ser incomodado, já que quem não é visto não é lembrado.
Aguardemos os próximos capítulos…
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília