Nem mesmo os mais radicais do PT, e olha que não são poucos, deixaram de criticar as pesadas palavras proferidas pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), chefe do executivo de um dos estados mais importantes do país, a Bahia, que mandou juntar Bolsonaro e seus eleitores e “Levá-los pra vala”
Depois das repercussões negativas acerca de sua fala, ontem (5) Jerônimo pediu desculpas ao Brasil e a Bahia. Como sempre, essas pessoas que sabem exatamente o que falam porque sentem isso, costumam usar o argumento de convencimento que é “cristão” e que sua fala foi interpretada “fora de contexto”.
Ora, quem esse senhor acha que engana com essa balela? Não existe ninguém neste Brasil com inocência o suficiente para acreditar nessas conversas. Falou porque pensa assim e agiria assim, se pudesse.
– Nós criticamos a forma que alguém deseja a morte do outro. Eu sou uma pessoa religiosa, de família, e não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento deste. Foi descontextualizada [a declaração] – disse durante uma visita às obras de reforma do Teatro Castro Alves, em Salvador. Hipocrisia pura.
Nenhuma palavra ou gesto justifica o desejo da morte de quem quer que seja. Jerônimo demonstrou do que os “governos do amor” são capazes de fazer se tiverem o poder. Ele sabe que, mesmo na Bahia, estado dominado pela esquerda, nem todos pensam iguais, as redes sociais deram o recado e que 2026 é logo ali. Não foi um gesto de arrependimento. Foi desespero político.
“LEVA PARA A VALA”
A declaração, considerada por juristas como um discurso de ódio criminoso, aconteceu durante a entrega de um colégio estadual na cidade de América Dourada, no interior baiano, na última sexta (2).
Disse jerônimo: “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele, e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota numa enxedeira… Sabe o que é um enxedeira? Uma retroescavadeira. Bota e leva todo mundo pra vala”.
Esse cidadão desejou a morte de um líder e de mais de 58 milhões de pessoas que coadunam com seu pensamento e ações e votaram nele nas eleições de 2022. Cabe à assessoria jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro adotar todas as medidas possíveis para punir exemplarmente esse senhor, inclusive acionando a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público Federal.
Bom mesmo seria que o Supremo Tribunal Federal (STF) desse uma passadinha por Salvador…Será?
**Poliglota é jornalista e Editor-chefe do Portal Opinião Brasília
