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Armínio Fraga propõe congelar salário mínimo por seis anos para conter explosão de gastos públicos

O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil, voltou aos holofotes com uma proposta polêmica: congelar o salário mínimo em termos reais por seis anos. A declaração foi feita no último sábado (12), durante sua participação na Brazil Conference, realizada em Harvard e no MIT, nos Estados Unidos.

Segundo Fraga, a medida seria uma das formas mais “fáceis” de conter o avanço descontrolado dos gastos públicos, especialmente com a Previdência Social. “Uma boa já seria, provavelmente a mais fácil, congelar o salário mínimo em termos reais. Seis anos congelados já ajudaria”, afirmou o economista, que foi presidente do BC entre 1999 e 2003, no governo FHC.

O argumento central de Fraga é que a vinculação do salário mínimo aos benefícios previdenciários tem provocado uma escalada preocupante nas despesas obrigatórias da União. Para ele, há uma “bomba fiscal” prestes a explodir, e o congelamento seria uma tentativa de desativá-la. “O gasto público está completamente desorganizado. As prioridades são todas erradas”, disse.

A repercussão foi imediata. Parlamentares e representantes do governo federal reagiram com críticas severas à proposta. O deputado Alencar Santana (PT-SP) acusou Fraga de propor o retorno à escravidão. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) lamentou que as medidas de austeridade recaiam sempre sobre os mais pobres. O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, ironizou: “Será que o senhor Fraga toparia viver seis anos com o salário mínimo?”

Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.518 e, conforme a nova política de valorização aprovada no governo Lula, deve chegar a R$ 1.627 em 2026, com base no crescimento do PIB de dois anos antes, somado à inflação.

A proposta de Fraga contraria frontalmente a política de valorização do salário mínimo e reacende um debate antigo sobre os caminhos para o equilíbrio fiscal no Brasil: cortar do andar de cima ou sacrificar o andar de baixo?

DF Mobilidade

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