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O Brasil é dos companheiros: PT vai fazer você pagar por TV de sindicato

O sindicalismo brasileiro perdeu conexão com a realidade. Sindicalistas de hoje falam como representantes dos trabalhadores, mas vivem como elite

O Antagonista…

Tudo pode ser considerado farra das emendas, menos quando o dinheiro vai para a TV da CUT. Goste ou não goste da emissora sindical, ela tem o direito de existir. Agora, pagar essa programação com dinheiro do contribuinte? Aí já é demais.

E não se trata apenas do viés ideológico ou do fato de representar interesses específicos da sociedade. O problema maior é que ninguém assiste. O público que nem vê essa TV vai ser obrigado a financiá-la. E quantas emissoras que ninguém assiste já não estamos bancando sem saber? Tudo traço de audiência, mas ótimo cabide de emprego para quem se presta a bajular o político da vez.

Esse sistema é um verdadeiro House of Carguinhos, versão de baixo orçamento e baixo nível do ícone House of Cards. Aqui não há intriga, mas um punhado de jornalistas, influenciadores e comunicadores alinhados que encontram suas boquinhas financiadas por quem paga imposto. Foi por causa desse mesmo House of Carguinhos que o governo passado não extinguiu a TV Brasil, apesar de ter prometido na campanha. Jair Bolsonaro dizia que a emissora não servia para nada, mas manteve a estrutura e a utilizou para acomodar aliados. Agora, Lula repete a tradição e dobra a meta.

A TV Brasil foi apelidada de “TV Lula” porque foi criada por ele em 2007 com a proposta de ser uma versão nacional da BBC. Quase duas décadas depois, o que se tem é um projeto caríssimo, inexpressivo e sem impacto significativo na população.

Agora, o mesmo governo amplia esse modelo. Doze parlamentares petistas destinaram R$ 2,6 milhões em emendas à TVT, da CUT, por meio de um convênio com a TV Brasil, do sistema EBC. O dinheiro será gasto com equipamentos e produção de programas. O fato foi revelado numa reportagem de O Estado de São Paulo feita por Vinícius Valfré, André Shalders e Gustavo Côrtes.

O sindicalismo brasileiro perdeu conexão com a realidade. Sindicalistas de hoje falam como representantes dos trabalhadores, mas vivem como elite. O modelo sindical brasileiro parou no tempo. A época das grandes greves, com multidões nas ruas, acabou. Quando o imposto sindical obrigatório caiu, a maioria dos trabalhadores simplesmente optou por não pagar. Se houvesse retorno real, pagariam voluntariamente porque valeria a pena. Mas o que se vê hoje é um sistema que existe apenas para beneficiar a própria estrutura sindical e seus dirigentes.

O governo Lula já se mexeu para retomar o imposto sindical. Agora, além disso, a TV da central sindical também será financiada com dinheiro público. Poderia trocar o boné da xenofobia com a frase “O Brasil é dos Brasileiros” pelo boné da realidade: “O Brasil é dos companheiros”.

 

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