O avanço da direita nas eleições municipais de 2024 cumpriu com o objetivo estratégico de consolidar as bases para um avanço mais robusto nas eleições de 2026, com foco especial nas disputas majoritárias pelas duas vagas ao Senado em cada uma das 27 unidades da federação.
Mais do que a conquista de 523 prefeituras no primeiro turno, o destaque mais significativo para o PL foi o volume de votos recebidos (15,7 milhões), além do desempenho nas capitais. Tais fatos são vistos como favoráveis à busca pela maioria no Senado, junto com outras forças conservadoras.
O comando da Câmara Alta é tido como essencial para o PL e parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pois só o perfil majoritariamente conservador dos senadores garantiria o equilíbrio dos poderes da República e efetiva reação contra o ativismo judicial.
O plano de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de conquistar a Presidência do Senado em fevereiro de 2027, se tornará sua maior prioridade logo após o segundo turno das eleições de 2024, seguida também por parlamentares de PP, Republicanos, Novo e União Brasil.
A expectativa é de que os esforços para alcançar esse objetivo, visíveis desde o ano passado, ficarão mais claros nos próximos meses. A razão disso deve-se à perseguição do Judiciário a líderes e partidos da direita e no fato de o Senado ser a instituição capaz de realizar impeachment de juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme a composição do plenário.
Segundo analistas ouvidos pela Gazeta do Povo, a continuidade da atual tendência pró-direita dependerá da gestão eficaz do capital obtido nas urnas por esse espectro político no último domingo (6). A escolha de candidatos ao Senado viáveis também tem importância, com alguns já pré-definidos.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos apoiadores mais procurados pelos candidatos da direita, vê o Senado como “o foco principal da direita para 2026”, enfatizando a eleição de prefeitos e vereadores como passo para alcançar o objetivo de comandar o Senado na próxima legislatura.
Segundo Ferreira, a meta do Senado tornou-se ainda mais urgente devido às dificuldades enfrentadas com o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). “Pacheco segue inerte diante dos desmandos do ministro Alexandre de Moraes (STF)”, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia.