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Ricardo Lewandowski, o novo ministro da Justiça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a indicação do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para assumir o Ministério da Justiça.

Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado para o STF pelo presidente Lula e aprovado pelo Senado. Dino continuará no governo até o dia 30 de janeiro para comandar a transição.

O presidente Lula afirmou que Lewandowski terá liberdade para escolher sua equipe.

Lewandowski é visto como um ministro fiel ao PT, mesmo nos momentos mais difíceis, como no auge da Operação Lava Jato. Outros ministros indicados pelo PT ao STF deram decisões desfavoráveis ao partido e fizeram acenos à direita.

A demora na oficialização da indicação de Lewandowski ocorreu porque o ex-ministro vinha trabalhando em nomes da sua futura equipe e, principalmente, buscando organizar seu escritório de advocacia.

Lewandowski foi indicado ao STF em 2006 por Lula, quando era desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele foi recomendado por Márcio Thomaz Bastos, então ministro da Justiça.

Como presidente do Senado, Lewandowski presidiu o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele permitiu que o Senado votasse separadamente a perda de mandato e a inabilitação de Dilma para exercer funções públicas por oito anos. O Senado rejeitou a inabilitação, mantendo os direitos políticos da petista.

No julgamento do mensalão, Lewandowski votou pela absolvição do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino. Se seu voto tivesse prevalecido, o ex-deputado Roberto Jefferson também não teria sido considerado um colaborador nem teria sido beneficiado com o regime aberto de prisão.

Lewandowski também ficou conhecido pelos embates com o relator do mensalão, Joaquim Barbosa. Ele defendia o que apontava como garantias constitucionais dos acusados e ampla defesa. Por isso, foi acusado por Barbosa de parecer advogar para os réus e de tentar obstruir o julgamento.

Com os processos da Lava Jato, Lewandowski também deu decisões que favoreceram Lula. Ele trancou casos que tinham sido abertos na Justiça Federal no Paraná e autorizou que a defesa de Lula acessasse mensagens vazadas de integrantes da força-tarefa do Ministério Público Federal. Esse material deu início à derrocada da operação.

da redação com informações FolhaPress

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