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Reunião em Manaus termina com acusações de Marina Silva ser ‘retrógrada’

Em reunião no Palácio do Rio Negro, sede do governo amazonense, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi alvo de críticas e cobranças por parte do senador Omar Aziz (PSD-AM) e do governador do Amazonas, Wilson Lima (União-AM).

Os parlamentares cobraram a ministra sobre a conclusão das obras da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, e criticaram a atuação de Marina Silva no caso. Pareceres do Ibama vetam o asfaltamento da rodovia por causa do impacto socioambiental que será provocado.

“Retrógrada”, foi assim que Aziz chamou Marina Silva, na frente de todos. Segundo o senador, o pensamento da ministra sobre a BR-319 é “o mesmo de 20 anos atrás”. Aziz ainda disse que é preciso olhar a condição dos moradores da região e que os governos locais trabalham na preservação ambiental.

“Vai morrer peixe (se construir a BR-319)? E os homens? E o povo do Amazonas?… Ninguém tem o direito de privar o Amazonas. Deem o jeito de vocês e fiscalizem. Botem o Exército todo lá”, completou. O parlamentar também cobrou diálogo. “A gente precisa de interlocução, sentar e discutir”, alega.

Azzi foi ovacionado pela plateia amazonense pelo menos três vezes, os aplausos foram dados nos momentos em que o senador defendeu as obras nas rodovias e quando criticou diretamente a atuação da ministra do Meio Ambiente.

Outros ministros ali presentes, não reagiram durante o discurso crítico.

Segundo relatos de políticos presentes, o governador Wilson Lima compactuou com a fala de Aziz e disse que, se a BR-319 estivesse funcionando, não haveria gente morrendo.

O que disse a ministra

Em entrevista coletiva, logo após a reunião, Marina Silva afirmou que o projeto da BR-319 é complexo e ainda não atende a todos os requisitos definidos pela área ambiental do governo. “O Ibama não age para facilitar ou dificultar. Ele atende a critérios técnicos com o objetivo principal de preservar o meio ambiente. Cabe ao órgão analisar se concede ou não a licença”, disse.

Marina ressaltou que pela terceira vez sendo ministra, a BR-319 continua na mesma situação.

“Eu deixei o governo em 2008. Se a BR fosse fácil de fazer, nesses quinze anos talvez tivesse sido feita…A estrada já tem um trecho que foi aberto. Parte dela possui navegabilidade e outra parte, sobretudo na área florestada, não”, completou.

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