No Brasil, há uma tendência de que grupos e instituições se vejam como um Poder Moderador, capaz de intervir nos conflitos entre os outros poderes para garantir a estabilidade do sistema político. Essa ideia é um entulho da era do Império, quando o Imperador tinha o poder de dissolver o Congresso e nomear os ministros.
Alguns militares, políticos, ministros e procuradores acreditam que possuem esse papel. Eles argumentam que são a elite iluminada, acima do bem e do mal, que pode salvar o país nos momentos de perigo. Essa visão se baseia na ideia de que o povo é ignorante e precisa ser tutelado.
Um exemplo recente dessa tendência foi o discurso do ministro Dias Toffoli na cerimônia de despedida do procurador-geral da República, Augusto Aras. Toffoli disse que Aras foi fundamental para evitar uma ruptura democrática no Brasil. Aras, por sua vez, afirmou que o STF foi o responsável por preservar a democracia no país.
Essa troca de elogios é reveladora da visão que esses dois homens têm de si mesmos. Eles acreditam que são os únicos capazes de salvar o Brasil do caos.
A ideia de Poder Moderador é perigosa, pois ela abre caminho para o autoritarismo. É importante que o povo brasileiro esteja ciente dessa tendência e exija que seus representantes sejam responsáveis e transparentes.
Da redação
Por Jorge Poliglota…