Grupos internos do partido comparam os métodos de Lula Guimarães, contratado para a campanha à prefeitura, com os usados por bolsonaristas
A contratação do marqueteiro Lula Guimarães para cuidar da campanha do deputado federal Guilherme Boulos (SP) à Prefeitura de São Paulo alterou os ânimos de uma ala do PSOL contrária à tratativa com o publicitário que já comandou as campanhas de João Doria e Geraldo Alckmin (PSB-SP).
O mal-estar gerou uma nota de repúdio contra a contratação do marqueteiro assinada por sete grupos internos da sigla, que consideram intolerável a contratação de Lula Guimarães.
“É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo”, diz trecho da nota.
O trecho sobre a “prática antissindical” se refere ao fato de Guimarães ser sócio da Benjamin Comunicação, contratada pelo iFood em 2020 para atuar contra uma mobilização de entregadores do aplicativo.
Ouvido pelo Estadão, o diretório estadual do PSOL alega que os signatários da nota representam 26% do partido e, portanto, são minoritários. A assessoria de imprensa de Boulos, por sua vez, afirmou que o contrato com o marqueteiro será mantido. Procurado, Guimarães não se manifestou.
Candidato à prefeitura de São Paulo com o apoio do presidente Lula, Boulos aparece à frente nas pesquisas. No Datafolha, ele lidera com 32% das intenções de voto. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparece logo em seguida, com 24%; a deputada federal Tábata Amaral (PSB) tem 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), 8%.
O Antagonista