A Relatora da CPMI do 8 de janeiro, Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do ministro da justiça Flávio Dino (PSB-MA), não imaginou que estaria inquirindo um cidadão qualquer, referindo-se ao ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques
Ao pedir seu currículo, Silvinei levou quase dois minutos para mostrar suas qualificações, diga-se de passagem, invejáveis. Realmente, os cursos de graduações, pós-graduações, doutorado e mestrado, sucumbiram tempo precioso da CPMI e deixaram a Relatora desconcertada. A qualificação do ex-diretor, com toda certeza, tem longa distância do atual diretor nomeado por Lula e Flávio Dino. Aliás, nem mesmo Dino deva ter tamanho conhecimento como ministro.
Desconcertada, ainda tentou “imprensar” o depoente falando dos custos de seus cursos. Silvinei respondeu: “Isso é fake news, paguei tudo do meu bolso”.
Silvinei foi o primeiro convocado a ser ouvido na sessão da CPMI, na condição e testemunha, e já começou defendendo a instituição a qual serviu por longas décadas. “A gente vai ter a possibilidade, pela primeira vez, de combater esta que foi a maior injustiça já realizada na história da Polícia Rodoviária Federal, que nos próximos dias completa 95 anos”, disse o ex-diretor. Assista o vídeo:
Obrigado a comparecer, já que a convocação foi protocolada pela Relatora, Senadora Eliziane Gama, Vasques também negou que a fiscalização de veículos tenha sido intensificada no Nordeste, onde o então candidato Lula liderava as pesquisas, para dificultar o acesso de eleitores às zonas de votação, como foi amplamente divulgada pela mídia militante.
“Se falou muito que a PRF, no segundo plano da eleição, direcionou a sua fiscalização para o Nordeste brasileiro, isso não é verdade. Não é verdade porque o Nordeste brasileiro é a região onde mais temos infraestrutura da PRF no Brasil”, afirmou.
O ex-diretor da PRF ainda acusou policiais de inventarem ou aumentarem situações para instigar reações durante as eleições. “Esses policiais que divulgaram são covardes, quebraram o juramento da instituição”, disse.
Ainda durante seu depoimento, Silvinei mostrou documento assinado no dia 29 de outubro, pelo ministro Alexandre de Moraes, determinando que se cumprisse com brevidade a determinação anterior de operações da PRF. Mesmo assim, o ex-diretor ouviu a AGU, porque nenhum servidor do poder Executivo pode cumprir decisão judicial sem um parecer da AGU, e a AGU disse “Cumpra-se a operação e cumpra-se a decisão”. Assista:
Ao final, o ex-diretor derrubou por terra todas as narrativas criadas pelo governo atual, e a imprensa militante, tentando ligar supostas irregularidades ao ex-governo do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que “não existe nenhuma comprovação de que qualquer cidadão brasileiro tenha deixado de votar por conta dos trabalhos da Polícia Rodoviária Federal”.
Pelo visto, muitas surpresas teremos nessa CPMI, a começar que se os atuais ocupantes, maioria governista, acharem que poderão tudo, o caldo pode entornar e no final a coisa não sair como eles esperavam, ou os interessados.
Da redação
Por Jorge Poliglota…