Na primeira reunião, hoje, foram solicitadas quebras de sigilos do ex-ministro da Justiça Anderson Torres e de Antônio Claudio, que quebrou o relógio de Dom João VI durante a invasão
Em entrevista concedida à Record TV, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os Atos Antidemocráticos ocorridos nos dias 12 de dezembro e 8 de janeiro, deputado distrital Hermeto (MDB) afirmou que a comissão irá solicitar mais quebras de sigilos.
Na primeira reunião da CPI dos Atos Antidemocráticos que ocorreu na manhã desta terça-feira (14), foram votados e aprovados os requerimentos dos membros da CPI, entre eles a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-ministro de Justiça, delegado Anderson Torres e do mecânico Antônio Cláudio Ferreira, de 30 anos, identificado e preso pela Polícia Federal como principal suspeito de destruir o relógio histórico que pertenceu a Dom João VI no dia da invasão de vândalos às sedes dos três Poderes.
Foram requeridas ainda oitivas do:
• Ex-secretário executivo da SSP, Fernando de Sousa Oliveira;
• Ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira;
• Ex-sub-secretária de Inteligência da SSP, Marília Ferreira Alencar;
• Ex-secretário da SSP, Anderson Torres;
• Responsável por quebrar o relógio de Dom João VI, Antônio Cláudio Alves;
• Ex-secretário da SSP, Júlio de Souza Danilo;
• Coronel da PMDF, Jorge Eduardo Naime;
• Coronel da PMDF, Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues;
• Tenente-coronel da PMDF, Jorge Henrique da Silva Pinto.
“A quebra de sigilo telefônico, telemático e bancário será muito importante no sentido de encontrar os financiadores do acampamento golpista que serviu para recrutar vândalos para as invasões”, disse o relator.
De acordo com Hermeto, os vândalos já foram identificados através das imagens e provas apresentadas pela Polícia Civil, mas a comissão irá buscar com determinação os patrocinadores dos acampamentos e as pessoas que viabilizaram as depredações aos patrimônios públicos.
Os arquivos e imagens dos sistemas de segurança da Câmara Federal e do Senado também foram requeridos, mas de acordo com Chico Vigilante, os órgãos não têm obrigação de conceder os documentos. Outros requerimentos foram a relação dos policiais designados para acompanhar os manifestantes dia 8 de janeiro, o compartilhamento das informações da Polícia Civil e o compartilhamento de todas as investigações internas da Polícia Militar do DF, os dois últimos solicitados por Hermeto.
Ficou acordado nesta reunião que em março, as reuniões da CPI acontecerão semanalmente, todas as quintas-feiras às 10 horas, no Plenário da Câmara Legislativa.