Iniciativa do GDF amplia o suporte às famílias da região. É estimado que 760 mil pessoas tenham acesso aos benefícios
Brasília tem avançado no que diz respeito à infraestrutura. Em 2021, o governo encerrou o mês de dezembro com 1,4 mil obras realizadas ou em andamento, com o investimento de R$ 3,5 bilhões. Segundo dados da Secretaria de Governo, hoje são 1.343 obras concluídas e 315 em andamento. Apesar do número expressivo, a obra que mais tem sido trabalhada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) envolve o lado social da cidade.
Com a pandemia desencadeada pela Covid-19, o GDF mobilizou ações que pudessem auxiliar os moradores da região. Alguns projetos, como o Cartão Gás, Prato Cheio e Cartão Creche, se tornaram benefícios permanentes para integrar as estratégias de combate à pobreza.
Atualmente, o DF possui 40 mil famílias cadastradas apenas no auxílio Prato Cheio. O benefício é destinado às pessoas que se encontram em situação de insegurança alimentar e foram pré-selecionadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes).
Outra medida adotada recentemente foi a ampliação do tempo de recebimento do Cartão Prato Cheio. Previsto para durar apenas seis meses inicialmente, o benefício passa a ser pago ao longo de nove meses. Caso encerre o período de recebimento de uma família, é possível realizar o cadastro novamente para receber o cartão.
Considerado uma referência para secretarias de assistência social de outros estados e também pelo Ministério da Cidadania, o GDF conseguiu viabilizar a maior rede de proteção social do país apesar do cenário de transtorno mundial desencadeado pela crise pandêmica.
Diferença no dia a dia
Estima-se que mais de 760 mil pessoas são atendidas pelos projetos sociais do GDF. Irene Nogueira, 66, moradora da Expansão do Setor O, é uma das beneficiárias. Segundo a dona de casa, o suporte oferecido tem auxiliado no dia a dia. “Eu tenho o Cartão Prato Cheio, já me ajudaram com cesta básica e tenho ajuda com gás. Tem me ajudado muito. Um salário é pouco. Com ajuda, é muito bom. Graças a Deus consegui”, diz.
O intuito da assistência social é proporcionar dignidade para a população. Em 2021, com recursos de quase R$ 30 milhões, foram atendidos 96.405 alunos com o Cartão Material Escolar. Entre agosto e dezembro de 2021, foram beneficiadas 139.998 pessoas com o Cartão Gás. Já o Cartão Prato Cheio oferece 530 mil benefícios concedidos desde a sua criação
Juliana Nunes, 35, diretora de eventos do Instituto Mãos Solidárias, localizado no Sol Nascente, menciona a relevância desses projetos, especialmente na compra de alimentos. “Muitas famílias não têm condição de comprar alimento na sua casa, então, quando recebe o auxílio, ajuda com as crianças e com a família dentro de casa, até com um alimento mais saudável”, indica.
Para ter direito aos benefícios, como o da cesta básica, os cidadãos precisam morar no Distrito Federal e, além disso, devem se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico), do governo federal, ou no Sistema Integrado de Desenvolvimento da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF.
A busca por suporte pode ser realizada também no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), unidade pública que destina atendimento às famílias e aos indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social. Porta de entrada para o cidadão acessar a proteção social básica e outras políticas públicas, há 27 CRAS localizados no DF, em diferentes regiões administrativas.
Nas unidades, o atendimento aumentou de 261 mil, em 2020, para 284 mil, em 2021. A expectativa é que em 2022 essa marca seja superada.
Economia
Além do suporte para as famílias, os benefícios atingem cadeias econômicas específicas. O Cartão Material Escolar, por exemplo, ativa as papelarias de todo o DF. Já o Cartão Gás contribui com as distribuidoras de gás, enquanto o Prato Cheio oferece suporte para mercadinhos e supermercados e o Cartão Creche ativa, inclusive, a rede particular de creches disponíveis na cidade.
José Fernando, 36, proprietário da Distribuidora de Gás Brasília, localizada na 715 Sul, indica que grande parte dos clientes atendidos buscam saber se o estabelecimento aceita o Cartão Gás. “O benefício, na minha opinião, ajuda bastante as pessoas que nem sempre têm condições ou dinheiro para comprar o gás quando acaba. O auxílio aumentou bastante a nossa venda”, pontua.
Junto às medidas sociais, os Restaurantes Comunitários também estão se destacando como uma alternativa para oferecer qualidade de vida para a população de Brasília. Atualmente, é possível ir em uma das unidades para fazer refeições por R$ 1. Além disso, o GDF inovou e, também, passou a oferecer café da manhã a
R$ 0,50. Para a população em situação de rua, os espaços oferecem refeições de graça.
De acordo com o GDF, são realizadas 22 mil refeições por dia em todas as unidades dos Restaurantes Comunitários. A tendência é que esses números aumentem consideravelmente, visto que há mais dois Restaurantes Comunitários em construção, localizados no Por do Sol e em Arniqueiras.
Todos os cardápios são elaborados por profissionais da empresa contratada e são planejadas e monitoradas por uma equipe qualificada, composta por nutricionistas. O intuito desses espaços é garantir a comercialização de refeições adequadas e saudáveis a preços acessíveis.
CB