A política, realmente, é algo surpreendente e quem brinca com ela é como brincar com fogo, principalmente quando o combustível que alimenta labaredas é o povo. E quando o fogo queima a paisagem, só resta a “cara” (de paisagem)
E no Entorno de Goiás, para quem acreditava que tudo já estava sob controle do grupo Caiadista, nas mãos de Ronaldo Caiado (União Brasil), que concorre à reeleição no Estado, deve, nesse momento, estar revendo seus conceitos e chegando à conclusão que estão redondamente enganados e que têm muito a aprender ainda.
Entre os prefeitos das cidades goianas do Entrono, grande parte “mendanhou”, verbo usado pelos prefeitos, em referência a Gustavo Mendanha (Patriotas), pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, e principal adversário do atual governador.
É de clareza solar a falta de empenho dos prefeitos das grandes cidades da região em torno do projeto de reeleição de Ronaldo Caiado.
A falta de ânimo, está no fato dos poucos investimentos que tem chegado à região nos últimos quatro anos do governo.
Ficou abaixo das expectativas esperadas pelos gestores municipais. Os repasses que os municípios têm direito seguem quase sempre travados.
O programa “Mãe de Goiás”, um auxílio, de R$ 250 mensais, que o governador carrega a tiracolo pelo estado, fazendo a sua campanha de reeleição, é pouco na visão dos prefeitos para tirar seus municípios dos atoleiros sociais provocados por dois anos de pandemia.
As promessas feitas por Caiado, em obras de infraestrutura, como recuperação asfáltica e construção de estradas que interligam os municípios, ficaram para trás.
A insatisfação é geral. Um sentimento que leva os prefeitos do Entorno, na sua totalidade, fazerem a chamada “cara de paisagem”, do tipo: “estou com Caiado, mas não estou”.
No último final de semana, Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, a segunda mais importante cidade de Goiás, baixou de helicóptero no Entrono para falar aos colegas prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias.
“As cidades precisam investir muito em infraestrutura para absorver adequadamente o impacto do crescimento e oferecer qualidade de vida para as pessoas”, disse na Cidade Ocidental e repetiu em Luziânia Valparaíso e Águas Lindas de Goiás.
Ele meteu o dedo na ferida caiadista ao apontar a pouca importância dada pelo governador a um dos piores gargalos que se transformou a BR 040.
A rodovia corta a cidade de Valparaíso, é a principal rota de ligação entre Brasília, Cidade Ocidental e Luziânia.
A mesma coisa acontece na BR 070 que deixa sitiada a mais populosa cidade do Entorno, Águas de Goiás.
A falta de estrutura de mobilidade urbana da cidade, que possa fazer fluir o tráfego para a 070, é um dos pesadelos do prefeito caiadista Lucas Antonietti, por exemplo.
A prefeitura não tem recursos próprios para a obra e esperava um gesto do chefe do Executivo goiano nessa direção.
“Não adianta ficar só na promessa. É preciso fazer, e eu farei caso vença as eleições”, disse Gustavo Mendanha em passagem pela cidade ao lado de Marco Túlio, um dos mais importantes líderes políticos de Águas Lindas.
A mensagem de Mendanha vai ao encontro de quem mora e de quem faz a gestão municipal.
Diariamente, motoristas enfrentam dezenas de quilômetros engarrafados ou de fluxo lento por falta de viadutos e pistas secundárias.
Essas obras de mobilidade urbana poderiam ajudar a melhorar a entrada e saída de veículos das cidades afetadas pelo tráfego pesados das BRs.
Se um dos calcanhares de aquiles do Governador Ronaldo Caiado é o Entrono, região empobrecida que se tornou em um enorme colégio eleitoral, agora o governante que tenta a reeleição, também ganhou mais um, na região: Gustavo Mendanha.
Da redação